União Africana alerta para caos completo no continente
O presidente da União Africana, Moussa Faki Mahamat, pede aos líderes que atuem na resolução de conflitos na cúpula da AU. Temas em pauta incluem guerra no Sudão, instabilidade no Congo e a ascensão do terrorismo.
Em meio à série de golpes de estado ocorridos em algumas nações africanas, Moussa Faki Mahamat, presidente da Comissão da União Africana (AUC), fez um chamado para que líderes trabalhem na resolução dos conflitos no continente. O pedido aconteceu no primeiro dia da cúpula da AU, que tem duração de dois dias.
Principais temas em pauta
A guerra no Sudão e a instabilidade na República Democrática do Congo estão no topo da agenda do bloco africano. Outras temas chave a serem discutidos incluem o conflito entre Israel e o Hamas, pobreza, mudanças climáticas e educação.
Durante seu discurso aos delegados na cúpula na capital etíope Addis Abeba, Faki expressou grande preocupação acerca da “ladainha de dificuldades” enfrentando a região. Apontou o Sudão como “contundido, rasgado, afundando no caos” devido à guerra que vem ocorrendo desde 2023, a divisão na Líbia e a subdivisão por interferências estrangeiras e a região do Sahel enfrentando um perigoso vácuo de poder.
A preocupação com a ascensão do terrorismo
O dirigente da AU se mostrou também preocupado com a escalada de insurgências terroristas, que estão resultando em “gastos militares exorbitantes, em detrimento de setores sociais vitais, enquanto abrem caminho para discursos populistas enganadores”. Isso vem na sequência de três países liderados por juntas – Níger, Mali e Burkina Faso – anunciar sua saída da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (ECOWAS), após se recusar a atender apelos para retorno à regra democrática.
Os líderes militares argumentaram que desejam restaurar a segurança antes de organizar eleições, à medida que lutam para conter insurgências jihadistas ligadas à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico.
Crises políticas na África
Faki manifestou preocupação com a crise política no Senegal, após a tentativa do presidente do país, Macky Sall, de adiar a eleição, prevista para este mês, para dezembro. Entretanto, o presidente da AUC acolheu favoravelmente a decisão do governo senegalês de seguir a decisão do Conselho Constitucional e disse esperar que “eleições livres e transparentes” sejam realizadas lá em breve.
Comentando a situação no país, Faki disse: “A situação no Senegal, um país-modelo em termos de democracia, nos preocupa em grande grau”.
Os comentários de Faki foram ofuscados pelas acusações do presidente da Somália de que as forças de segurança etíopes tentaram impedir sua entrada no local da cúpula em Addis Abeba. Hassan Sheikh Mohamud, presidente da Somália, informou aos repórteres que os seguranças primeiro tentaram impedi-lo de deixar seu hotel e depois bloquearam seu acesso ao local onde ele chegou com o presidente de Djibouti.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)