Crise na indústria do aço: Tata Steel anuncia cortes de emprego e provoca protestos
Centenas de pessoas ocuparam as ruas de Port Talbot, em demonstração de protesto contra o possível corte de milhares de empregos
Neste sábado, centenas de pessoas ocuparam as ruas de Port Talbot, em demonstração de protesto contra o possível corte de milhares de empregos na indústria siderúrgica. A empresa indiana Tata Steel, com operações no Reino Unido, anunciou que 2.423 empregos estão ameaçados, sendo 1.929 em Port Talbot, onde a empresa emprega 3.859 pessoas.
Perdas diárias e a necessidade de reestruturação
Um dos executivos da companhia afirmou que grande parte das operações na cidade chegou ao “fim da vida” e tem levado a perdas diárias de £1,7 milhões. Na tentativa de reverter essa situação, a Tata tem planos de substituir os atuais e poluentes altos-fornos do local por fornos elétricos a arco, mais sustentáveis.
Protestos e temores pela perda de empregos
Em Port Talbot, um protesto foi realizado, ao passo que os trabalhadores do site Llanwern marcharam no centro da cidade de Newport. Sharon Graham, Secretária Geral do sindicato Unite, expressou a preocupação com o futuro da indústria, ressaltando que desde 2015, quase 6.400 postos de trabalho foram perdidos na indústria siderúrgica britânica. Segundo ela, políticos assistiram passivamente à devastação da indústria siderúrgica do país e falharam ao deixar comunidades se deteriorarem.
O papel vital da siderurgia no Reino Unido
O Secretário Geral do sindicato Community, Roy Rickhuss, também expressou preocupação com o impacto das propostas da Tata à comunidade britânica como um todo, além de suas próprias comunidades. De acordo com Rickhuss, “Há muito em jogo aqui, e as próximas semanas e meses são absolutamente críticos para nossa indústria, nossas comunidades siderúrgicas e o país como um todo”.
Alan Coombs, Presidente do comitê multi-sindical em Port Talbot, resumiu a situação ao descrever os “tempos incertos” que os trabalhadores estão enfrentando, garantindo, entretanto, que “os siderúrgicos lutarão com unhas e dentes pelo futuro de nossa indústria e nosso sustento”.
O impacto para além de Port Talbot
Reg Gutteridge, contraparte de Coombs em Llanwern, ressaltou que o impacto não se limita a Port Talbot e que, em todo o Gwent, é possível encontrar pessoas com alguma conexão com a indústria do aço.
Com tantos empregos em risco e uma solução mais sustentável ainda distante, muitos temem pelas repercussões econômicas e sociais que o fechamento de tantos postos de trabalho pode trazer. No entanto, a Tata Steel segue firme na decisão de reestruturar suas operações, investindo em alternativas mais sustentáveis e eficientes. A questão ambiental, contudo, não é suficiente para tranquilizar os inúmeros trabalhadores e famílias que dependem diretamente da manutenção da indústria siderúrgica na região.
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