Itamaraty não pretende se pronunciar sobre morte de Navalny
Segundo a narrativa do Kremlin, Navalny "colapsou durante uma caminhada" na colônia penal em que estava preso, na Sibéria, nesta sexta, 16
O Itamaraty não deve se pronunciar sobre a morte do opositor russo Alexei Navalny, que, segundo a narrativa do Kremlin, “colapsou durante uma caminhada” na colônia penitenciária onde estava preso na Sibéria nesta sexta, 16 de fevereiro.
A informação foi confirmada por O Antagonista com fontes ligadas ao Itamaraty.
A postura, se mantida, condiz com a corrupção da política externa brasileira pelas afinidades ideológicas do assessor especial Celso Amorim (foto), aliado do autocrata russo, Vladimir Putin.
Amorim chegou a visitar a Rússia em abril de 2024 e, apenas depois de sofrer pressão da imprensa, viajou à Ucrânia, já em maio e depois de menosprezar o massacre de Bucha.
Repercussão mundial
Após a morte de Navalny, diversos líderes do Ocidente responsabilizaram o presidente Vladimir Putin pela morte.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou: “Não se engane: Putin é o responsável pela morte de Navalny“.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (foto), disse que “é óbvio” que Navalny “foi morto por Putin“.
O ex-primeiro-ministro britânico David Cameron, atual ministro de relações exteriores, disse: “Nós devemos responsabilizar Putin por isso“.
A ministra de relações exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, insinuou que ele teria sido assassinado. “Como nenhum outro, Alexei Navalny foi um símbolo de uma Rússia livre e democrática. Essa é precisamente a razão pela qual ele teve de morrer“.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou: “A União Europeia considera o regime russo o único responsável por essa trágica morte“.
O exemplo da morte de Navalny
Alexey Navalny, 47 anos, a figura de oposição mais proeminente na Rússia, morreu enquanto cumpria pena em uma colônia penal russa.
Sua morte adiciona mais um capítulo trágico à longa história de repressão enfrentada pelos críticos do presidente Vladimir Putin, um padrão que tem visto opositores forçados ao exílio, presos, ou em alguns casos, mortos ou envenenados.
Antes de sua prisão, Navalny liderou um movimento oposicionista e foi uma voz crítica contra a administração de Putin, acusando o governo do ditador russo de corrupção generalizada. Em agosto de 2020, ele foi envenenado com Novichok, uma neurotoxina, durante uma viagem à Sibéria, quase perdendo a vida. Após se recuperar na Alemanha, seu retorno à Rússia em janeiro de 2021 resultou em prisão imediata.
A morte de Navalny lembra o perigo enfrentado pelos opositores do regime de Putin. Desde a invasão da Ucrânia, a Rússia intensificou seus esforços para erradicar a dissidência, limitando severamente a liberdade de expressão e a atividade política independente.
Desde o início de seu governo, Putin subjugou os poderosos oligarcas da Rússia que tinham ambições políticas. Mikhail Khodorkovsky, ex-chefe da gigante petrolífera Yukos, foi preso em 2003 por sonegação de impostos e roubo após financiar partidos de oposição. Após dez anos na cadeia, Khodorkovsky deixou a Rússia.
Boris Berezovsky, outro oligarca e um dos arquitetos do poder de Putin, acabou em desentendimento com o presidente e morreu no exílio no Reino Unido em 2013, em circunstâncias que sugerem suicídio.
Ilya Yashin, outro importante crítico de Putin, foi preso por divulgar “informações deliberadamente falsas” sobre o exército russo. Vladimir Kara-Murza, jornalista e ativista, sobreviveu a dois envenenamentos misteriosos antes de ser preso em abril de 2022.
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