O governo alemão, liderado pela ministra do Interior, Nancy Faeser, revelou um ambicioso plano de ação para combater o crescimento do ultranacionalismo no país, descrito por ela como a principal ameaça à democracia do país.

As medidas incluem leis mais rígidas sobre o monitoramento financeiro, restrições de viagens, e uma nova regulação quanto à posse de armas por indivíduos ligados a grupos radicais.

“Nosso objetivo é utilizar plenamente os recursos do Estado de Direito para assegurar a proteção de nossa democracia, desmantelando redes radicais, eliminando suas fontes de financiamento e confiscando suas armas,” afirmou Faeser. A ministra também sinalizou uma proposta de emenda à Constituição para proteger a corte constitucional de influências extremistas, uma medida que requer maioria parlamentar de dois terços.

Dentre as principais iniciativas anunciadas, destaca-se a proibição de armas semiautomáticas e a implementação de uma “unidade de detecção precoce” destinada a identificar tentativas estrangeiras de influenciar negativamente a opinião pública alemã. Esta medida quer combater a interação entre radicais alemães e estrangeiros que buscariam desestabilizar a democracia do país.

O governo alemão também propõe a ampliação das competências do Departamento Federal de Proteção da Constituição, permitindo o bloqueio de contas bancárias suspeitas de ameaçar a ordem pública.

A necessidade de tais medidas foi justificada pela ascensão da Alternativa para a Alemanha (AfD), partido ultranacionalista que tem visto um aumento significativo em sua popularidade. Em resposta às críticas de que o foco no ultranacionalismo ignora outras ameaças, como o islamismo radical e o radicalismo de esquerda, Faeser assegurou que o governo combate todas as formas de extremismo.

O aumento de radicais violentos e a descoberta de redes de ultranacionalismo dentro da polícia e das Forças Armadas sublinham a urgência das novas regras. A situação atual remete à preocupação crescente na sociedade alemã com o retorno de ideologias autoritárias reminiscentes do passado sombrio do país.