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Ginecologista apenas suspenso por declarações antissemitas

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Alexandre Borges
3 minutos de leitura 14.02.2024 15:07 comentários
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Ginecologista apenas suspenso por declarações antissemitas

"Estaremos recorrendo dessa terrível falha de justiça", reagiu entidade judaica que acompanha o caso

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Ginecologista apenas suspenso por declarações antissemitas
Dimitrios Psaroudakis

Dimitrios Psaroudakis, ginecologista com especialização em fertilidade no Reino Unido, recentemente enfrentou um tribunal do Conselho Médico Geral por proferir comentários antissemitas sobre colegas e pacientes.

A decisão do tribunal, que não classificou o médico explicitamente como racista, apenas reconheceu seu uso de “linguagem discriminatória”. Segundo o grupo inglês CAA – Campaign Against Antisemitism (“Campanha Contra o Antissemitismo”, em inglês), o Dr. Psaroudakis fez declarações de que seu bairro (Hammersmith) seria melhor se fosse “livre de judeus”, referiu-se repetidamente a judeus como “yews” devido ao seu sotaque, chamou colegas judeus de “narigudos”, “duendes”, “beberrões” e “sem cérebro”, e descreveu a clínica pejorativamente como um “templo [judaico]”.

A organização anglo-judaica CAA ainda criticou a decisão do GMC de apenas suspender o médico por três meses, argumentando que tal conduta merece uma penalidade mais severa e anunciou planos de apelar dessa “lamentável falha de justiça” para a Autoridade de Padrões Profissionais para Saúde e Assistência Social (PSA, na sigla em inglês), que supervisiona os nove órgãos estatutários que regulamentam profissionais de saúde no Reino Unido.

A decisão corporativista da entidade médica deverá ser questionada em instâncias superiores. Uma mera suspensão de 90 dias lembra o “cartão azul” do futebol, inovação polêmica que tira o jogador de campo por apenas 10 minutos.

Diz a postagem do CAA:

“Um médico alegadamente disse que Hammersmith seria melhor se fosse “livre de judeus”, fez referências repetidas aos judeus como “yews” (por causa de seu sotaque) e usou isso como “abreviação”, chamou seus colegas judeus de “narigudo”, “duende”, “beberrão” e “sem cérebro”, e referiu-se à clínica como um “templo”.

O Conselho Geral Médico (GMC) buscou apenas uma suspensão, e o Serviço de Tribunal de Praticantes Médicos (que ouve casos disciplinares para o GMC) concluiu que “não encontra evidências de que ele seja racista, mas está convencido que ele é alguém que está bastante confortável com o uso de linguagem discriminatória”.

Ele estará apto a trabalhar novamente em abril.

Em outras palavras, alguém que usa uma linguagem como esta aparentemente não é antissemita e, apesar de seu conforto em supostamente usar linguagem que é “discriminatória” em relação aos judeus, está apto a praticar medicina após uma repreensão leve.

Estaremos recorrendo desta terrível falha de justiça à Autoridade de Padrões Profissionais para Saúde e Assistência Social

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