Ginecologista apenas suspenso por declarações antissemitas
"Estaremos recorrendo dessa terrível falha de justiça", reagiu entidade judaica que acompanha o caso
Dimitrios Psaroudakis, ginecologista com especialização em fertilidade no Reino Unido, recentemente enfrentou um tribunal do Conselho Médico Geral por proferir comentários antissemitas sobre colegas e pacientes.
A decisão do tribunal, que não classificou o médico explicitamente como racista, apenas reconheceu seu uso de “linguagem discriminatória”. Segundo o grupo inglês CAA – Campaign Against Antisemitism (“Campanha Contra o Antissemitismo”, em inglês), o Dr. Psaroudakis fez declarações de que seu bairro (Hammersmith) seria melhor se fosse “livre de judeus”, referiu-se repetidamente a judeus como “yews” devido ao seu sotaque, chamou colegas judeus de “narigudos”, “duendes”, “beberrões” e “sem cérebro”, e descreveu a clínica pejorativamente como um “templo [judaico]”.
A organização anglo-judaica CAA ainda criticou a decisão do GMC de apenas suspender o médico por três meses, argumentando que tal conduta merece uma penalidade mais severa e anunciou planos de apelar dessa “lamentável falha de justiça” para a Autoridade de Padrões Profissionais para Saúde e Assistência Social (PSA, na sigla em inglês), que supervisiona os nove órgãos estatutários que regulamentam profissionais de saúde no Reino Unido.
A decisão corporativista da entidade médica deverá ser questionada em instâncias superiores. Uma mera suspensão de 90 dias lembra o “cartão azul” do futebol, inovação polêmica que tira o jogador de campo por apenas 10 minutos.
Diz a postagem do CAA:
“Um médico alegadamente disse que Hammersmith seria melhor se fosse “livre de judeus”, fez referências repetidas aos judeus como “yews” (por causa de seu sotaque) e usou isso como “abreviação”, chamou seus colegas judeus de “narigudo”, “duende”, “beberrão” e “sem cérebro”, e referiu-se à clínica como um “templo”.
O Conselho Geral Médico (GMC) buscou apenas uma suspensão, e o Serviço de Tribunal de Praticantes Médicos (que ouve casos disciplinares para o GMC) concluiu que “não encontra evidências de que ele seja racista, mas está convencido que ele é alguém que está bastante confortável com o uso de linguagem discriminatória”.
Ele estará apto a trabalhar novamente em abril.
Em outras palavras, alguém que usa uma linguagem como esta aparentemente não é antissemita e, apesar de seu conforto em supostamente usar linguagem que é “discriminatória” em relação aos judeus, está apto a praticar medicina após uma repreensão leve.
Estaremos recorrendo desta terrível falha de justiça à Autoridade de Padrões Profissionais para Saúde e Assistência Social“
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