A revoada bolsonarista após operação da PF
Militantes bolsonaristas apagaram aproximadamente 1,5 mil vídeos após a operação da PF que mirou o núcleo duro do antigo Palácio do Planalto
Levantamento divulgado pelo jornal O Globo nesta quarta-feira, 14, revela que os donos de canais de Youtube simpáticos ao ex-presidente Jair Bolsonaro apagaram aproximadamente 1,5 mil vídeos após a operação da PF que mirou o núcleo duro do Palácio do Planalto.
“O volume é superior ao contabilizado em dias anteriores, quando menos de 200 conteúdos foram deletados diariamente por contas desse campo. A ‘limpeza’ foi detectada em monitoramento da empresa de análise de dados Novelo Data, que faz acompanhamento do comportamento de perfis de extrema direita na rede social”, informou o jornal nesta Quarta-feira de Cinzas.
Ainda segundo O Globo, as remoções ocorreram de forma espontânea e “não motivada por ação da plataforma ou decisão judicial”. “A estratégia de influenciadores pró-Bolsonaro é recorrente em momentos de operações contra investigados por ataques a instituições, e também foi observada após reveses judiciais do ex-presidente e aliados nos últimos meses”, diz o jornal.
Hora da verdade
Como mostramos na semana passada, o ex-presidente da República Jair Bolsonaro foi é um dos alvos da Operação Tempus Veritatis (tempo ou hora da verdade). A investigação mira uma organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.
Além de Jair Bolsonaro, também foram alvo o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional general Augusto Heleno e o ex-ministro da Defesa general Walter Braga Netto, entre outros aliados do ex-presidente da República.
O ex-assessor de assuntos internacionais Filipe Martins e o ex-integrante da segurança presidencial coronel Marcelo Câmara foram presos; o ex-comandante do chamado “Gabinete do Ódio” Tércio Arnaud também foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal.
A operação
Segundo a PF, essa operação também tem como objetivo apurar se esse grupo obteve vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República Jair Bolsonaro no poder. A investigação mira, especificamente, a utilização da narrativa de que houve fraudes nas urnas para tentar se estabelecer um clima de instabilidade política no país.
A polícia informou que estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.
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