Iraque teme ser arrastado para conflito EUA e Houthi
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Em meio às tensões cada vez mais altas entre Irã e Estados Unidos, o ministro das Relações Exteriores do Iraque, Dr. Fuad Hussein, alertou que o Iraque pode ser empurrado para o conflito devido aos ataques retaliatórios de milícias apoiadas pelo Irã e pelas forças dos EUA em seu território.
“Espero que ambos os lados parem com seus ataques. Eles não vão resolver seu problema no solo iraquiano“, afirmou Hussein. “Pagamos um preço muito alto no passado“. Esta advertência veio após uma onda de ataques aéreos dos EUA que matou 17 combatentes de grupos armados apoiados pelo Irã e um ataque com míssil que matou o comandante da milícia, Abu Bakir Al Saadi.
Além disso, a presença de 2.500 tropas americanas, implantadas no país como conselheiros desde 2014, passou do ponto de boas-vindas, de acordo com a opinião do governo e do público iraquiano. Hussein ressaltou que “a maioria do povo iraquiano não quer ter forças estrangeiras em solo iraquiano“.
O fato de muitas milícias pró-Irã, não convidadas pelo ministro, estarem no país atacando as tropas americanas também preocupa o governo iraquiano. Oficialmente, muitas dessas milícias fazem parte das forças de segurança iraquianas. Entretanto, há críticos que afirmam que elas são soldados de infantaria para o Irã.
As milícias agora estão sendo desafiadas, e quem se manifesta contra elas não enfrenta mais ameaças, assinalando uma nova era no Iraque. Isso representa uma mudança face ao passado, quando falar contra eles era sinônimo de ameaça. Hussein afirmou que agora as pessoas têm coragem para dizer a esses grupos “é suficiente”.
As milícias receberam uma mensagem clara de que se continuarem a provocar, poderão empurrar o Iraque para uma guerra que não é de sua responsabilidade. Esta mesma mensagem também chegou a Teerã, capital do Irã, de acordo com Hussein.
A influência do Irã se estende em muitas esferas no Iraque: na política, nas milícias e nas ruas. Entretanto, o ministro das Relações Exteriores do Iraque nega que Teerã esteja ditando a política em Bagdá, considerando a relação uma “negociação constante”.
A contínua tensão entre Irã e EUA mantém o Iraque preso entre seus dois aliados em conflito. Embora nenhum dos dois pareça querer uma grande escalada no conflito, não se pode descartar essa possibilidade. A situação permanece instável, de acordo com a enviada das Nações Unidas para o Iraque, Jeanine Hennis-Plasschaert, que afirmou que “o Iraque – de fato, toda a região – está à beira de uma faca, com o menor erro ameaçando um grande conflito“.
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