Silvio Almeida insere ‘islamofobia’ em nota sobre antissemitismo
A declaração do ministro, em vez de se ater apenas ao ato discriminatório, repetiu a narrativa do Hamas e dos inimigos de Israel no comunicado
O Ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, comentou o ataque antissemita em Arraial D’Ajuda, na Bahia, mas sua nota misturou a necessária e inescapável condenação do ato com “islamofobia” e o conflito entre Israel e Palestina.
Herta Breslaeur teve seu estabelecimento vandalizado, e foi atacada fisicamente. A declaração do ministro, em vez de se ater exclusivamente ao ato discriminatório ocorrido, relativizou o crime de ódio da antissemita sugerindo que há também “islamofobia”, sem dizer onde, e “massacre do povo palestino”, ecoando a narrativa do Hamas e dos inimigos de Israel.
A necessidade de uma condenação focada do antissemitismo real, ocorrido e documentado em vídeo, foi usada como desculpa para repetir posições ideológicas e meramente opinativas, para dizer o mínimo. Para quem fala tanto em “proporcionalidade”, houve uma desproporção evidente entre o crime e a condenação.
Quando ao episódio desta sexta, 2, em que Lula disse a uma mulher negra que “afrodescendente gosta do batuque de um tambor”, nenhuma palavra do ministro até agora. O petista disse que pensou que a mulher fosse uma cantora, uma percussionista, ou namorada de alguém que estava no evento.
Eis a declaração:
“Essa menina bonita que está aqui. Eu estava perguntando: ‘O que é que faz essa moça sentada? O que é que faz essa moça sentada que eu não ouvi ninguém falar o nome dela?’. Eu falei: ‘Ela é cantora. Ela vai cantar’. Aí perguntei: ‘Não, não vai ter música. Então ela vai batucar alguma coisa? Porque uma afrodescendente assim gosta de um batuque, de um tambor’. Também não é. Eu falei: ‘Nossa, então ela é namorada de alguém’. Também não é. O que é que é essa moça? Essa moça foi premiada o ano que vem como a mais importante aprendiz desta empresa e ganhou um prêmio na Alemanha.”
Em O Antagonista, todos os casos de antissemitismo foram e serão condenados sem relativizações, narrativas ideológicas ou cortinas de fumaça.
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