“Quando Magno Malta desistiu de ser vice do Bolsonaro, casamento com PR perdeu sentido”
Gustavo Bebianno, presidente nacional do PSL, falou com O Antagonista sobre o que a imprensa vem chamando de “isolamento” de Jair Bolsonaro após as notícias do fracasso das negociações com PR e PRP para emplacar Magno Malta ou o general Augusto Heleno, respectivamente, como vice na chapa do presidenciável. “Jair tem as posições dele e é convicto delas. O magnetismo...
Gustavo Bebianno, presidente nacional do PSL, falou com O Antagonista sobre o que a imprensa vem chamando de “isolamento” de Jair Bolsonaro após as notícias do fracasso das negociações com PR e PRP para emplacar Magno Malta ou o general Augusto Heleno, respectivamente, como vice na chapa do presidenciável.
“Jair tem as posições dele e é convicto delas. O magnetismo dele sai daí: dessa firmeza, dessa verdade que ele carrega. Na política brasileira, tudo é relativizado. O Jair não relativiza. Acredito que esse é um dos ingredientes que resulta nessa liderança popular que ele tem hoje. É uma pessoa com norte definido.
Portanto, não cabem certas relações. Quando ele diz que, se depender de acordo com o diabo, não chegará à presidência, é porque é verdade. Ou chega dentro do balizamento moral que ele tem, ou não chegará.
Compete a mim como representante do partido conversar com outras pessoas. Faz parte do jogo.”
Sobre a conversa com o PR de Valdemar Costa Neto, Bebianno declarou:
“A conversa com o PR existiu porque ela tinha uma razão de ser: Magno Malta. Ele era o motivo. É como você se casar com uma mulher e essa mulher tem 5 filhos de uma relação anterior. Se você ama essa mulher e quer casar, acaba assumindo o legado que ela carrega. Esse casamento dependia do Magno Malta e do PR. Se ele quisesse vir, e o PR não, o casamento não ia acontecer.
Essas conversas foram 100% republicanas. Nunca demos abertura para que fosse diferente. Houve várias conversas no sentido de o Magno ser o vice.
O interesse do PR nisso era aumentar a bancada dos deputados do partido. Com o Magno sendo vice, haveria viabilidade maior para os candidatos do PR.
Nesse jogo, viriam a nosso favor:
– um tempinho a mais de TV, para o Jair ficar mais próximo de competir de igual para igual, porque hoje é um Davi contra vários Golias;
– e talvez uma transferência de fundo partidário, dentro da lei: um partido pode doar a outro, não há nada ilegal nisso.
Teríamos mais tempo de TV e o vice: o resto é consequência.
Magno Malta sempre deixou claro que estava dividido. Ele tem o desejo legítimo de ser presidente do Senado um dia. No momento em que disse que não viria, para privilegiar o projeto político dele, o casamento com o PR perdeu o sentido.
O PR quis indicar o Josué Gomes para vir no lugar do Magno Malta e nós não quisemos. Entendemos que essa matemática não era boa para nós.
O que seria? Manter o purismo e, dentro dele, defender o que o Jair representa, ou ganhar um pouco de tempo de TV e ficar sendo atacado pelos outros? Todas as manchetes são ‘Jair conversa com mensaleiro’. Eu quero saber qual partido hoje no Brasil não tem máculas.
Mas, quando Magno caiu, caiu a possibilidade do casamento. Aí como é que vêm as manchetes?
‘PR rejeita Bolsonaro’. Isso não aconteceu. Foi o contrário. ‘Bolsonaro não tem capacidade de articulação política’…
A mesma imprensa que bate nos partidos, quando aparece um candidato com a firmeza do Jair, para de bater no sistema político.
Jair, na verdade, abre mão do tempo de TV e protege candidatos do PSL. Porque, se casar com o PR, pode causar um prejuízo enorme aos candidatos que dependem do Jair.
Ele coloca a própria pele em risco, mas mantém vivo aquilo em que ele acredita. E é disso que o Brasil precisa. Se o Jair não tiver palavra com o próprio partido, não vai ter palavra com a nação.”
Leia os outros trechos da conversa aqui:
“PR quis forçar um pouco a barra, mas Jair não cede a pressões”, diz presidente do PSL
“Ainda há chance de general Heleno ser vice de Bolsonaro”, diz presidente do PSL
“Quem tem de debater com Ciro é um psiquiatra”, diz presidente do PSL
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