Investidores repercutem falas de Haddad e crise com Congresso
O mercado financeiro deve digerir na sessão desta terça-feira, 23, as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que afirmou que a confusão em torno da MP (Medida Provisória) da reoneração deve ser resolvida até a semana que vem...
O mercado financeiro deve digerir na sessão desta terça-feira, 23, as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que afirmou que a confusão em torno da MP (Medida Provisória) da reoneração deve ser resolvida até a semana que vem.
De acordo com ministro, ainda não há definição sobre a matéria e prosseguem as discussões entre ele, Lula, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Entre os temas que estão na MP, Haddad citou que havia um acordo com Lira sobre um limite de R$ 20 bilhões anuais para os benefícios fiscais previstos para o Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos).
Ainda durante a entrevista ao vivo, Haddad foi rebatido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que teria desmentido a informação ao site Poder 360. De acordo com a publicação, Lira teria dito que “quem tem sua boca fala o que quer”. “Ele não combinou comigo. Combinou R$ 25 bilhões com o Congresso”.
A resposta escancarou o clima de poucos amigos entre a equipe econômica e o Congresso Nacional. Outro assunto abordado pelo ministro foi a aparente incompatibilidade entre a defesa do fim de benefícios fiscais e o lançamento do plano Nova Política Industrial (que prevê subsídios e benefícios para a indústria). Haddad minimizou a nova política industrial apresentada pelo governo, afirmando que se trata apenas da apresentação de um trabalho do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) contratado e orçado anteriormente, com transparência.
A nova política industrial do governo Lula é baseada em seis eixos principais: agroindústria, complexo econômico industrial da saúde, infraestrutura, transformação digital, bioeconomia e inovação. O plano prevê investimentos totais de R$ 300 bilhões até 2026, sendo a maior parte (R$ 250 bilhões) financiada pelo BNDES.
Sobre a meta de zerar o déficit primário em 2024, o ministro foi evasivo e evitou se posicionar sobre uma possível mudança. Haddad apenas repetiu o que tem falado nas entrevistas mais recentes. “Se eu não tivesse muita convicção do que estou perseguindo, não estaria defendendo há 13 meses a mesma coisa”, afirmou.
A piora no relacionamento com o Congresso Nacional nas últimas semana também ganhou um novo ponto de disputa na apresentação do veto do presidente Lula, na segunda-feira, 22,de parte do valor destinado às emendas de comissão no Orçamento.
O petista retirou R$ 5,6 bilhões dos R$ 16,6 bilhões que estavam previstos para esse tipo de emenda na proposta aprovada pelo Congresso. A resposta dos parlamentares foi imediata e alguns já falam abertamente sobre a derrubada do veto.
No exterior, o mercado ainda reage ao BoJ (Banco do Japão), que decidiu manter a política monetária inalterada, em linha com as expectativas do mercado. Além disso, um possível anúncio do governo chinês de um pacote de resgate no valor de US$ 278 bilhões para estabilizar o mercado de ações também está no radar.
Nos Estados Unidos, as novas máximas históricas das bolsas de valores em Nova York podem continuar acelerando com a temporada de balanços das empresas. Na noite desta terça-feira, o resultado da Netflix estará no centro das atenções dos investidores.
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