Camarões inicia vacinação contra Malária, um marco histórico na África
O Camarões iniciou o primeiro programa de vacinação regular contra a malária do mundo, uma ação que se espera que salve;;;
O Camarões iniciou o primeiro programa de vacinação regular contra a malária do mundo, uma ação que se espera que salve milhares de vidas infantis em toda a África. A primeira dose simbólica foi administrada a Daniella, uma menina de oito meses, em uma clínica próxima a Yaoundé na segunda-feira.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a malária mata 600.000 pessoas na África todos os anos, sendo 80% dessas mortes de crianças com menos de cinco anos.
Vacinação contra a malária disponibilizada gratuitamente
O governo de Camarões está oferecendo a vacina RTS,S gratuitamente a todos os bebês de até seis meses de idade. São necessárias um total de quatro doses, que serão aplicadas junto com outras vacinas infantis regulares para facilitar o processo para os pais.
Depois de campanhas piloto bem-sucedidas no Quênia, Gana e Malawi – onde a vacina provocou uma redução de 13% nas mortes por malária em crianças com idade elegível, segundo a Unicef – a eficácia da vacina, em pelo menos 36% dos casos, de acordo com pesquisadores dos EUA, poderia salvar mais de uma em cada três vidas.
A luta contra a malária continua
Apesar do lançamento ser um alívio e salvador de vidas, sua taxa de eficácia relativamente baixa significa que não é uma “bala de prata”, argumenta Willis Akhwale do Conselho de Fim de Malária do Quênia.
Mas para os médicos, é uma ferramenta adicional importante na luta contra a malária, ao lado de mosquiteiros e comprimidos contra a malária. Segundo o médico camaronês Shalom Ndoula, que ajudou a liderar o lançamento em seu país, “temos a capacidade de reduzir consideravelmente o número de casos e mortes por malária e acelerar a eliminação da doença”.
Desenvolvimento da vacina RTS,S
O desenvolvimento da vacina RTS,S levou 30 anos de pesquisa da fabricante de medicamentos britânica GlaxoSmithKline (GSK). A Organização Mundial da Saúde, que aprovou a vacina, saudou o lançamento em Camarões como um momento histórico na luta global contra a doença transmitida por mosquitos.
Preocupações com a segurança e eficácia da vacina
A desconfiança de alguns camaronenses quanto à segurança e à eficácia das doses levantou preocupações sobre a hesitação em vacinar. O rei e professor camaronês Wilfred Fon Mbacham, especializado em biotecnologia de saúde pública e malária, disse à BBC Newsday que “temos que fazer muito mais sobre o que é e os benefícios que tem, para que possamos acalmar seus medos”.
Por outro lado, para outras pessoas, os benefícios são óbvios. “Decidi vacinar meu filho para evitar a malária. É um problema sério e, quando afeta uma criança, eles podem facilmente morrer”, disse uma mãe à BBC no mesmo centro de vacinação em Soa, perto de Yaoundé, onde aconteceu o lançamento da segunda-feira.
Atualmente, o continente africano correspondente por 95% dos casos de malária globalmente e cerca de 96% das mortes relacionadas à doença. “Rezei e esperei a vida toda por esta vacina”, disse o Sr. Mbacham à BBC.
Espera-se que mais 20 países iniciem o programa de vacinação este ano, entre eles estão Burkina Faso, Libéria, Níger e Serra Leoa.
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