Empresários se manifestam contra apoio de Lula a ação da África do Sul
Um grupo de empresários, executivos, pesquisadores e artistas assinou um abaixo-assinado pedindo a retirada do apoio do governo...
Um grupo de empresários, executivos, pesquisadores e artistas assinou um abaixo-assinado pedindo a retirada do apoio do governo brasileiro à uma ação movida pela África do Sul contra Israel na Justiça internacional.
Johannesburgo acusa Tel Aviv de genocídio em Gaza.
O manifesto destaca a infundada acusação e defende uma posição justa e equilibrada.
O abaixo-assinado conta com mais de 17 mil assinaturas, incluindo de até mesmo aliados de Lula, como a empresária Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza.
O texto ressalta que o termo ”genocídio” implica na intenção deliberada de exterminar um povo, o que não é o objetivo de Tel Aviv.
A petição destaca também que a guerra foi desencadeada pelo ataque terrorista do Hamas de 7 de outubro. Nesse sentido, o documento instiga uma reconsideração desse apoio e propõe uma abordagem justa e equilibrada.
O autor do manifesto, Charles Putz, empresário brasileiro, relatou que a ideia surgiu a partir de um grupo de empresários no WhatsApp.
Segundo ele, estão buscando uma abordagem mais justa e equilibrada, já que o governo brasileiro cobra Israel, mas não cobra o Hamas.
Ao menos 119 personalidades conhecidas apoiaram o manifesto.
Dentre elas, estão a atriz Bruna Lombardi, a microbiologista Natália Pasternak e a ex-ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie.
Qualquer pessoa pode aderir ao abaixo-assinado desde sua divulgação.
O grupo encaminhou o manifesto à Presidência da República, que confirmou o recebimento, porém ainda não deu retorno sobre o assunto.
Ação da África do Sul
Johannesburgo acusa Tel Aviv de cometer genocídio na Palestina. O apoio de Lula veio nesta quarta-feira, 10 de janeiro, após reunião com o embaixador da Palestina no Brasil.
A ação da África do Sul contra Israel foi protocolada na Corte Internacional de Justiça, em Haia, nos Países Baixos, e começou a ser julgada nesta quinta-feira, 11 de janeiro.
Carta de Celso Lafer
Ex-ministro das Relações Exteriores, o jurista Celso Lafer afirmou que o governo Lula reforça o antissemitismo ao apoiar uma ação na Justiça internacional acusando Israel de genocídio.
“É um deslize conceitual de má-fé valer-se da imputação de genocídio para discutir as controvérsias jurídicas relacionadas à aplicação do direito humanitário e aos problemas da situação humanitária prevalecente em Gaza”, diz Lafer em carta endereçada a Mauro Vieira, titular do Itamaraty, e divulgada nesta sexta-feira, 12 de janeiro.
“O apoio à África do Sul é uma decisão da política externa que… ecoa as incoerências e tensões do clima político do momento”, acrescenta.
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