Dados de inflação podem frear piora nos juros
Após o oitavo dia consecutivo de alta nas taxas de juros futuros, o mercado financeiro local acompanha com atenção nesta quinta-feira, 11, a leitura da inflação para o Brasil e os Estados Unidos. Os números do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) devem ser apresentados às 9h pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)...
Após o oitavo dia consecutivo de alta nas taxas de juros futuros, o mercado financeiro local acompanha com atenção nesta quinta-feira, 11, a leitura da inflação para o Brasil e os Estados Unidos. Os números do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) devem ser apresentados às 9h pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A expectativa é de que o índice de dezembro devolva a inflação para os limites da meta de inflação, algo que não acontece há dois anos. O consenso aponta para inflação em 4,55% em 2023, abaixo do limite de 4,75% do teto da meta. Na leitura mensal, a inflação deve apresentar aceleração pelo terceiro mês consecutivo, com o índice passando de 0,28% em novembro para 0,50% agora.
Às 10h30, os Estados Unidos divulgam o CPI (Índice de Preços ao Consumidor, na sigla em inglês). A expectativa para a inflação americana é de desaceleração na leitura do núcleo do indicador (que exclui do cálculo itens mais voláteis como alimentação e energia) que passaria de 4% nos doze meses até novembro de 2023, para 3,8% no ano completo. O índice cheio deve subir de 3,1% para 3,2% na leitura anual. Nas observações mensais, os números devem apresentar estabilidade em 0,3% para o núcleo e alta de 0,1% para 0,2% no cheio.
Por que a inflação impacta a expectativa sobre os juros?
A evolução da inflação no Brasil e nos Estados Unidos afetam as taxas de juros porque indicam quais devem ser os próximos movimentos do Banco Central para a taxa básica. Uma vez que a autoridade monetária calibra a Selic em função do controle da pressão sobre os preços, uma inflação mais alta implica em taxas mais restritivas e um número mais baixo aponta para juros menos custosos.
Por isso, caso os dados desta quinta-feira, 11, venham abaixo do esperado e antecipando uma inflação sob controle, os investidores devem reprecificar os juros futuros para níveis menos restritivos. O risco fiscal, no entanto, também faz parte das preocupações econômicas e pode limitar esse movimento.
Saúde fiscal é principal risco para Selic
O desconforto causado pelo Executivo com a edição da MP da Reoneração dias após o Congresso Nacional ter derrubado veto presidencial sobre a mesma matéria continua a preocupar os agentes econômicos. O impasse sobre qual tratamento será dado ao texto (devolução ao governo, deliberação pelos parlamentares a partir de fevereiro ou transformação em projeto de lei) é incerteza importante.
Uma definição, no entanto, não deve ser anunciada antes do retorno das férias do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A dúvida tem afetado as expectativas sobre juros em função de falas da membros do Executivo, inclusive da equipe econômica, de que sem a MP, será necessário abandonar a meta de déficit primário zero neste ano.
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