Sleeping Giants Brasil se deitam ao lado da Choquei
O grupo Sleeping Giants Brasil se acostumou a atormentar empresas que patrocinam a disseminação do que considera fake news. Isso valeu para a rádio Jovem Pan e o jornal Gazeta do Povo, além de...
O grupo Sleeping Giants Brasil se acostumou a atormentar empresas que patrocinam a disseminação do que considera fake news. Isso valeu para a rádio Jovem Pan e o jornal Gazeta do Povo, além de sites ou redes de transmissão menores, como grupos de WhatsApp.
Em 21 de dezembro, há apenas três dias, o grupo celebrou em seu perfil no X, ex-Twitter, o fechamento do canal Jornal Tribunal Nacional no Telegram, “um site extremista de ‘notícias’ que publicava mentiras contra as vacinas”, na descrição do próprio Sleeping Giants Brasil.
“É contra esse tipo de site que o SGBR trabalha. São redes de desinformação que lucram muito propagando mentiras que afetam a vida das pessoas”, complementa a mensagem de celebração do grupo. O discurso mudou um pouco no sábado, 23, quando os gigantes adormecidos comentaram o suicídio da jovem Jéssica Vitória Canedo.
“Estamos presenciando um fenômeno criado pelas big techs que fomenta uma corrida exagerada atrás de engajamento. Páginas que ignoram a ética, a boa informação e a checagem. Elas se digladiam para conseguir alguns likes, porque isso traz dinheiro. Não só para essas páginas, mas também para as plataformas”, diz a mensagem publicada pelo Sleeping Giants Brasil, que até agora não promoveu qualquer boicote aos patrocinadores da Choquei, umas das páginas responsáveis por espalhar mentiras sobre Jéssica — ela não teve qualquer relacionamento com o humorista Whindersson Nunes.
A mensagem do grupo de justiceiros virtuais segue: “Quando não há responsabilidade vinda de nenhuma frente, a lei precisa ser executada; as redes sociais não podem ser ambientes sem lei. Desde a nossa fundação, falamos que as mentiras e os discursos de ódio são letais, e hoje , infelizmente, é cada vez mais recorrente vermos mais e mais vítimas das redes sociais”.
“Essas páginas, como a Choquei, que transformaram seu modelo de negócio ao migrar da fofoca para todos os tipos de informação, abriram o leque sem qualquer preparo. Praticam um jornalismo sem jornalismo. Esquecem a ética, colocam em risco reputações, e até vidas, em troca de muito engajamento”, continua o texto.
A esta altura da mensagem, espera-se que o próximo passo será convocar o boicote de anunciantes que o grupo se especializou a promover. Mas o que surge é o seguinte:
“Hoje, mais uma vida foi perdida por conteúdos criminosos. As páginas que compartilham informações e fomentam o ódio em troca de cliques devem ser responsabilizadas, assim como a plataforma que permitiu a propagação para milhões de pessoas, sem qualquer filtro ou critério. Não podemos esquecer daqueles que perderam a vida devido à desinformação.”
A mensagem termina dizendo que “é urgente responsabilizar as grandes empresas de tecnologia por todo o lucro obtido com essas tragédias”. “Infelizmente, em 2023, não conseguimos aprovar o Projeto de lei para essa regulação, mas contamos com o apoio de todos para alcançar esse objetivo em 2024. Só assim tragédias como essa poderão ser evitadas e o ambiente digital poderá ser mais saudável!”.
Resumo da ópera: o grupo que se acostumou a fazer justiça com os próprios cliques agora delega aos congressistas a responsabilidade por solucionar o problema.
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