Renan compara CEO da Braskem a “estuprador serial”
O sutil senador Renan Calheiros (MDB-AL) comparou o CEO da Braskem, Roberto Bischoff, a um "estuprador serial". Foi em entrevista concedida à...
O sutil senador Renan Calheiros (MDB-AL) comparou o CEO da Braskem, Roberto Bischoff, a um “estuprador serial”. Foi em entrevista concedida à Globo News na manhã desta terça-feira, 5.
Renan criticava Bischoff por dizer que as disputas políticas de Alagoas estão distorcendo informações sobre a crise nas minas administradas pela Braskem em Maceió.
“Uma fala absolutamente arrogante. Imagina a arrogância dos presidentes anteriores. Ele está fazendo o que aquele estuprador serial Brennand fazia com as mulheres”, comparou o senador, referindo-se ao empresário Thiago Brennand, condenado em outubro a 10 anos de prisão por crime de estupro.
“Ele [Brennand] violentava as mulheres e mandava mensagens e emails dizendo que as mulheres estavam sendo culpadas, [que] exatamente estavam merecendo aquilo que ele estava fazendo. Esse presidente da Braskem, como estuprador serial, está transferindo a responsabilidade para as vítimas e para os políticos que representam as vitimas”, disse Renan, destacando que é senador há quatro mandatos — e lá se vão mais de 30 anos.
“Represento cada uma daquelas vítimas que estão sendo lamentavelmente enganadas pela Braskem, que cometeu em Alagoas o maior crime ambiental de todos os tempos, urbano, no mundo, e está fazendo acordos meia-sola pró-Braskem, para não pagar os direitos que deve à população, aos municípios que também sofreram — são oito além de Maceió — e também ao estado de Alagoas”, disse o senador.
Renan é o autor do pedido que criou a CPI da Braskem no Senado. A comissão aguarda as indicações partidárias para ser instalada e iniciar seus trabalhos — apenas o MDB indicou seus membros. A demora dos partidos se justifica pela impressão de que a comissão teria mais valor político em Alagoas do que prático para os cerca de 60 mil afetados pela crise ambiental e social.
O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), mais conhecido como JHC, é aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), um dos cabeças do grupo rival de Renan em Alagoas. Já o governador do estado, Paulo Dantas (MDB), é do grupo do senador emedebista.
Há ainda o receio do PT de desgastar a Braskem, de quem o governo federal é sócio por meio da Petrobras.
A demora para a instalação da CPI levou Renan a ameaçar buscar o Supremo Tribunal Federal (STF) para destravar a questão. Na segunda-feira, 4, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), prometeu a parlamentares de Alagoas encaminhar a CPI.
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