UC Berkeley processada por leniência com antissemitismo
Uma das mais prestigiosas universidades do mundo, a UC Berkeley está sendo processada por um grupo ativista judaico por não ter feito o suficiente, segundo alegam, para proteger...
Uma das mais prestigiosas universidades do mundo, a UC Berkeley está sendo processada por um grupo ativista judaico por não ter feito o suficiente, segundo alegam, para proteger alunos judeus da “disseminação de longa data e sem controle do antissemitismo”.
A universidade é também acusada de negligência ao lidar com incidentes antissemitas no campus após os ataques de 7 de outubro em Israel cometidos pelo Hamas. A universidade nega as acusações.
A ação foi protocolada pelo Brandeis Center num tribunal federal de São Francisco (Califórnia) na terça-feira, 28. Não é de hoje que a UC Berkeley é acusada de leniência com antissemitismo, mas tudo se intensificou depois dos ataques bárbaros do Hamas em 7 de outubro.
“Como uma universidade pública, Berkeley não tem o direito legal de impedir manifestações ou expressões que muitos possam considerar tóxicas”, respondeu o porta-voz da universidade, Dan Mogulof, em comunicado. “O discurso de ódio é protegido pela Constituição dos Estados Unidos. O discurso antissemita é protegido pela Constituição dos Estados Unidos.”
As entidades que processam a UC Berkeley alegam que a ação judicial não tem nada a ver com censura à liberdade de expressão, mas com discriminação aos alunos judeus no campus, o que é crime.
As tensões aumentaram após agosto de 2022, quando um grupo de estudantes de direito da UC Berkeley passou uma resolução proibindo que estudantes e palestrantes convidados “defensores do sionismo” falem em seus eventos. A resolução foi curiosamente endossada por mais de vinte grupos da universidade como Queer Caucus, estudantes “antirracistas” e coletivos feministas, entre outros ligados a pautas típicas do Ocidente liberal que inexistem em territórios teocráticos islâmicos, como Gaza sob o Hamas.
“Condicionar a capacidade de um judeu de participar de um grupo de estudantes à sua renúncia a um componente central da identidade judaica não é menos pernicioso do que exigir a renúncia de algum outro elemento central da identidade de um estudante – seja com base em raça, etnia, gênero ou identidade sexual”, diz o processo. “Essa imposição não é exigida – ou seria tolerada remotamente – de outros alunos.”
O reitor da faculdade de direito da UC Berkeley, Erwin Chemerinsky, que é judeu, nega as acusações: “as organizações estudantis têm o direito da Primeira Emenda de escolher seus palestrantes, inclusive com base em seu ponto de vista. Embora haja muito que o campus possa fazer e faz para criar um ambiente de aprendizagem inclusivo, ele não pode censurar qualquer discurso, mesmo que seja ofensivo.”
A UC Berkeley, fundada em 1868, faz parte do sistema das famosas universidades públicas da Califórnia (UCs) que incluem a UCLA (Los Angeles), UCSD (San Diego), entre outras. O Louis D. Brandeis Center for Human Rights Under Law, autor da ação, é uma instituição sem fins lucrativos “criada para promover os direitos civis e humanos do povo judeu.”
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