Seca no Amazonas cria problemas de locomoção para ribeirinhos
A situação crítica do Rio Negro, no Amazonas, tem gerado sérias dificuldades para a população ribeirinha local. Com problemas de acessibilidade, os moradores enfrentam obstáculos para sair e voltar às suas comunidades...
A situação crítica do Rio Negro, no Amazonas, tem gerado sérias dificuldades para a população ribeirinha local. Com problemas de acessibilidade, os moradores enfrentam obstáculos para sair e voltar às suas comunidades.
Na Marina do Davi, principal terminal público de Manaus para deslocamento a comunidades ribeirinhas como Igarapé, Tarumã Mirim, Praia da Lua e Praia do Tupé, a situação é alarmante.
Os passageiros, após descer uma ladeira, precisam caminhar quase um quilômetro atravessando lama, bancos de areia e pontes precárias de madeira.
De acordo com a Agência Brasil, uma das pessoas afetadas por essa dificuldade é a dona Madalena Soares Fernandes, de 73 anos. Moradora de Tarumã, ela reclama da saga que precisa enfrentar sempre que precisa se deslocar. “É muita dificuldade, com muita areia. Está difícil de chegar em casa, está horrível“, relata dona Madalena.
De acordo com dona Madalena, essa situação já dura quase três meses. Ela também menciona ter vivido uma seca similar em 2010, mas que durou pouco tempo. “Em 2010 deu, mas não foi tanto quanto neste [período], entendeu? Foi uma seca grande, mas rápida. Essa aqui não, está sendo demorada“, explica.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) lançou um alerta de perigo para a possibilidade de chuvas intensas em Manaus e em outras regiões do estado do Amazonas. O alerta também abrange áreas dos estados do Acre, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima.
Segundo o Inmet, o alerta é válido para as seguintes regiões: vale do Acre, leste de Rondônia, centro do Amazonas, sudoeste do Amazonas, norte do Mato Grosso, sul do Amazonas, norte do Amazonas, madeira-guaporé, sul de Roraima, vale do Juruá e sudoeste do Pará.
Essa medida foi tomada após a recente volta das nuvens de fumaça em pontos de Manaus durante o fim de semana. No sábado, 18, a cidade foi coberta por uma densa nuvem de fumaça, deixando o céu cinzento. No entanto, no início da tarde, a capital registrou chuvas em pontos isolados. De acordo com o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), da Universidade do Estado do Amazonas, a qualidade do ar na maior parte da cidade ficou moderada.
Essa situação ocorre em meio a uma seca severa que assola o estado do Amazonas. O Rio Negro atingiu a pior marca em 121 anos desde que começaram as medições. No dia 26 de outubro, o nível do rio atingiu o seu ponto mais baixo, chegando a 12,7 metros. No início de novembro, ele começou a subir novamente, ultrapassando os 13 metros. A última medição registrada pelo Porto de Manaus, no último dia 17, mostrou um recuo no volume, com a calha atingindo 12,96 metros.
A situação é tão grave que todos os 62 municípios do estado estão em situação de emergência, de acordo com o mais recente boletim divulgado pela Defesa Civil do Amazonas. Cerca de 598 mil pessoas e 150 mil famílias foram afetadas pela seca.
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