Campos Neto chama rotativo de “problema mais complexo”
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, classificou as discussões sobre o rotativo do cartão de crédito como o "problema mais complexo" que já enfrentou na autoridade monetária...
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, classificou as discussões sobre o rotativo do cartão de crédito como o “problema mais complexo” que já enfrentou na autoridade monetária.
“Talvez, de todos os problemas que eu enfrentei no Banco Central, seja o mais complexo. O que demorou mais tempo para entender, para ver todas as relações de tudo que acontece no mundo dos meios de pagamento, e tentar achar uma solução que não crie nenhum tipo de ruptura no consumo, nenhum tipo de prejuízo aos consumidores, nem para os lojistas”, comentou.
A declaração foi dada nesta sexta-feira (17), durante seminário promovido pelos jornais Valor Econômico e O Globo, em São Paulo.
Campos Neto emendou:
“Quero escutar as propostas e ver se podemos pegar alguma coisa das propostas, para ver se a gente acha a um campo comum. Os bancos falam que não tem entendimento se não houver algum tipo de limitação nas parcelas. Do outro lado há um grupo que diz que não há entendimento se houver limitações nas parcelas”, concluiu.
Desde dezembro de 2022 o custo de crédito rotativo está acima de 400%. A taxa média de juro do cartão de crédito rotativo, em agosto, subiu para 445,7% ao ano. Em julho, estava em 441,3%.
Teto para o rotativo
Em setembro, a Câmara aprovou de forma simbólica o projeto de lei que prevê o estabelecimento de um teto de 100% para os juros do rotativo.
Segundo o texto aprovado, as instituições financeiras terão 90 dias para apresentar um plano de redução dos juros do rotativo e do parcelamento da fatura do cartão. O plano deverá ser aprovado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Em caso de descumprimento do prazo, será imposto um teto no acúmulo das dívidas do cartão de crédito — ou seja, rotativo mais parcelado — de 100%. Em outras palavras, os juros poderão, no máximo, apenas dobrar o tamanho da dívida.
O Banco Central, o governo e o Congresso têm atuado para reduzir os juros do rotativo do cartão de crédito. Uma mesa de negociação foi formada e deve apresentar soluções em até 90 dias.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) tem afirmado que os bancos continuarão buscando alternativas para baixar o juros do rotativo do cartão de crédito.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)