Os recados do Copom após a crise da meta fiscal de 2024
O Banco Central pela terceira vez, cortou a taxa básica de juros (Selic). A redução foi de 0,5 ponto percentual. Com isso, o patamar do indicador fica em 12,25% ao ano...
O Banco Central pela terceira vez, cortou a taxa básica de juros (Selic). A redução foi de 0,5 ponto percentual. Com isso, o patamar do indicador fica em 12,25% ao ano.
A polêmica envolvendo a meta fiscal de 2024 não impactou na decisão desta quarta-feira (1º), mas o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve o parágrafo em que destaca a relevância do objetivo fiscal para a política monetária.
“Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas”, ponderou.
Assim, dependendo da forma como se dará, a mudança na meta fiscal pode atrapalhar o ritmo de cortes da Selic, caso os agentes econômicos entendam que o governo optou por uma política fiscal irresponsável.
Apesar disso, o Banco Central adiantou que o ritmo de corte deve continuar em 0,5 ponto percentual pelas “próximas reuniões”. A expressão no plural era esperada pelo mercado financeiro que, assim, pode assumir, pelo menos mais cortes nas reuniões de dezembro e fevereiro, que levariam a Selic a 11,25%, no início do ano que vem.
“Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário. O Comitê enfatiza que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, frisa, em nota.
Havia um temor de que a polêmica envolvendo a meta fiscal de 2024 impactasse na decisão do comitê.
A confusão começou na sexta-feira (27), após o presidente Lula afirmar publicamente que a meta de zerar o deficit primário nas contas públicas em 2024 não deve ser cumprida.
Nos bastidores, o governo discute a primeira mudança na meta fiscal de 2024, que pode sair de zero para até 0,5% do PIB.
Integrantes da equipe econômica estão divididos entre um grupo que defende uma meta de deficit de 0,25% do PIB. Outro parte, 0,5% do PIB, o que sugere R$ 50 bilhões de rombo.
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