Seca no Amazonas: Rio Negro volta a subir
O Rio Negro, um dos principais afluentes do Rio Amazonas, registrou uma elevação em seu nível após enfrentar a maior seca já registrada em sua história. Segundo dados do Porto de Manaus, nesta segunda-feira, 30, o rio atingiu a marca de 12,87 metros...
O Rio Negro, um dos principais afluentes do Rio Amazonas, registrou uma elevação em seu nível após enfrentar a maior seca já registrada em sua história. Segundo dados do Porto de Manaus, nesta segunda-feira, 30, o rio atingiu a marca de 12,87 metros, um aumento de 17 centímetros em relação à última medição feita na sexta-feira, 27, quando estava em seu menor nível histórico de 12,70 metros.
Na semana passada, a cota do Rio Negro atingiu o nível mais baixo já registrado desde 1902, com apenas 12,70 metros. Em contrapartida, o recorde histórico ocorreu em junho deste ano, quando o rio alcançou a marca de 30,02 metros.
A seca prolongada nos rios da Amazônia tem causado grandes transtornos para os moradores da região e também para o transporte de produtos da Zona Franca de Manaus para outras áreas do país. Especialistas alertam que essa dificuldade logística pode impactar os descontos tão esperados durante a Black Friday deste ano.
Com a estiagem, os níveis dos rios diminuíram de forma significativa, o que torna mais difícil, e em alguns casos até impossível, para as embarcações de grande porte, como barcaças, transportarem os produtos tanto para dentro quanto para fora do polo industrial.
A Defesa Civil do Amazonas estima que mais de 600 mil pessoas estão sendo afetadas pela falta de chuva e pelas consequências da seca nos rios. Além disso, a estiagem tem agravado outros problemas na região. A fumaça proveniente das queimadas na floresta amazônica tem contribuído para a péssima qualidade do ar na cidade de Manaus e em outras localidades, conforme apontado pelos serviços de medição.
Essa situação crítica coincide com o momento em que o fenômeno El Niño se intensifica. O El Niño é caracterizado pelo enfraquecimento dos ventos alísios, que sopram de leste para oeste, e pelo aquecimento anormal das águas superficiais da região equatorial do Oceano Pacífico. Essas alterações na interação entre a superfície oceânica e a atmosfera têm um ciclo de três a sete anos e impactam o clima em diferentes partes do planeta. No caso do Amazonas, as mudanças na dinâmica das massas de ar no Oceano Pacífico afetam a temperatura e a distribuição das chuvas, resultando na atual seca preocupante.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)