Agamenon: “O Antigonista”
Uma CPI é igual ao BBB: quando começa, só se fala naquilo, mas, depois que acaba, no dia seguinte, ninguém lembra mais quem ganhou. Os participantes de uma Comissão Pra Lamentar de Inquérito também parecem ter sido escolhidos pelo Boninho, são um bando de canastrões que nunca iam chegar nem a ser figurantes de novela...
Uma CPI é igual ao BBB: quando começa, só se fala naquilo, mas, depois que acaba, no dia seguinte, ninguém lembra mais quem ganhou. Os participantes de uma Comissão Pra Lamentar de Inquérito também parecem ter sido escolhidos pelo Boninho, são um bando de canastrões que nunca iam chegar nem a ser figurantes de novela.
Ali no Congresso todo mundo é brother, as brigas são de mentirinha e todos seguem a Lei de Muricy (Ramalho): cada um só pensa em si. A única diferença entre as duas “casas” é que, no Senado, o pessoal anda vestido de terno e não faz merchandising. Mas, para o delírio da galera, a CPI da Covid está rolando no Senado e ela promete. Promete não responsabilizar ninguém, promete não dar em nada e promete que vai ficar tudo por isso mesmo. Em caso de dúvida, os parlamentares podem mandar o assunto para o STF e o Gilmar Mendes vai botar a culpa de tudo no Sérgio Moro.
Segundo os cientistas políticos da GloboNews, a CPI da COVID foi instaurada para culpar o Bolsonasno pelas 400 mil mortes na pandemia. Ué, precisa fazer uma CPI pra descobrir isso? Pra provar que ele é o grande irresponsável por essa tragédia, é só pegar as falas do “crisedente” desde o começo da crise sanitária. “É só um genocidiozinho…”, disse o Primeiro Mandotário da República. “Não adianta esse mimimi, o Botafogo caiu pra Segunda Divisão, o que é que eu tenho com isso?” “Eu não vou comprar nenhum vibrador feito na China!” E tem mais: “Pra que eu preciso usar máscara? Eu já sou mascarado, talquei?”
O problema disso tudo é que o brasileiro é um povo sem…, sem…, sem… sem o que mesmo? Mas eu não esqueço: foi o Bolsonaro que mandou o General Pançuello não comprar a vacina da Pfizer porque, graças ao seu perfil de atleta, Boçalnaro não precisa de remédios antibrochantes. É verdade: o insaciável e priápico Bolsonaro está sempre f *&!#***odendo com a paciência do brasileiro. Não sejamos negacionistas! O Brasil está mudando: Lula agora é inocente, o Moro é bandido, o Maluf é honesto, eu não sou mais corno e o Renan Canalheiros é um paladino da Justiça. Só mesmo com muito Rivotril nas ideias pra se dormir com um barulho desses…
E até o Imposto Ipiranga, Pau No Guedes, resolveu competir com seu chefe pra ver quem fala mais bobagem. Infelizmente, o economista não economizou palavras para criticar duramente os idosos (como eu) que querem durar 100 anos só para viver às custas do Estado. “Por que é que essa velharada não aproveita a pandemia pra morrer?”, disse Guedes em entrevista a um infectologista da GloboNews. Aliás, esse é um novo fenômeno na mídia: a imprensa está infestada de epidemiologistas, infectologistas e bacteriologistas que aparecem mais que ex-BBB. Não deixa de fazer sentido. Como a política é uma m*!%#*** erda, é melhor ficar na mão de gente que entende disso e não na mão de jornalistas (como eu) que ganham um salário de bosta. Quando ganham.
Aliás, por falar em jornalismo marrom não remunerado, não posso deixar de falar do recente atentado contra a liberdade de excreção sofrida pelo meu patrão, Diogo MaiNerd, que, num gesto tresloucado, mandou o “adevogado” do PT (Partido Trambiqueiro), o Kaykay, tomar no símbolo químico do cobre (confiram na tabela periódica) no Manhattan Connection, o programa que foi despejado do GNT e acabou alugando um barraco na TV Cultura. Pois foi justamente nesse barraco que o adevogado KoKôy foi convidado para recitar Fernando Peçonha e exibir a sua erudição de banheiro de rodoviária. Indignado com aquela situação, Mainerd perdeu a paciência no banco de trás de um táxi e mandou o convidado tomar no pavilhão reto furicular com direito a alargamento do forâmen anal.
Quero aproveitar a oportunidade para me solidarizar com o ilustre jornalista paulisto-veneziano e mandar ele tomar no símbolo do cobre também porque, desde que comecei a trabalhar no Antagonista, jamais recebi um tostão. E até o Tostão recebe pelo que escreve na Folha de São Paulo. Esse crime perpetrado pelo mesquinho Mainardi, o Mercador de Veneza, configura inescrupulosa prática de escravidão e gerontofobia em relação à minha pessoa. Acredito que, com sua experiência em defender picaretas e bandidos, o Kaykay é o advogado adequado para me representar nesse contencioso trabalhista.
No entanto, generoso que sou, desde já disponibilizo a minha residência, o Dodge Dart 73, enferrujado, sito à rua da Amargura s/n para acolher o novo jornalista desempregado, incluindo uma vaga para estacionar a sua gôndola conversível, que agora vai percorrer os canais de Veneza como um uber movido a remadas.
Agamenon Mendes Pedreira é o Coroavac.
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