EUA vão investir R$ 1,6 trilhão em inteligência artificial em 2025
Amazon, Google, Microsoft e Meta lideram corrida bilionária, segundo o Financial Times

As maiores empresas de tecnologia dos Estados Unidos, Amazon, Google, Microsoft e Meta, planejam investir juntas mais de US$ 320 bilhões (cerca de R$ 1,6 trilhão) em inteligência artificial ao longo de 2025.
Segundo o Financial Times, essa cifra, equivalente a mais de dez anos do orçamento total do Bolsa Família no Brasil, reflete a busca pelo domínio no setor que é considerado o motor do futuro da economia global.
A Amazon lidera a corrida com um aporte previsto de mais de US$ 100 bilhões (R$ 500 bilhões), o suficiente para construir cerca de 2 mil estádios do Maracanã.
A maior parte do dinheiro será direcionada à Amazon Web Services (AWS), sua divisão de computação em nuvem. O objetivo é expandir a infraestrutura de servidores e data centers, fundamentais para sustentar os avanços tecnológicos em modelos de linguagem e sistemas de inteligência artificial.
Em 2024, o grupo já havia elevado os gastos em 63% em comparação ao ano anterior, totalizando US$ 246 bilhões (R$ 1,23 trilhão).
A Alphabet (controladora do Google) e a Microsoft, por exemplo, enfrentaram desvalorização conjunta de US$ 200 bilhões (R$ 1 trilhão) em suas ações depois de divulgarem aumentos significativos nos investimentos sem resultados imediatos nas receitas.
Parte dessa pressão vem da competição com a DeepSeek, uma startup chinesa que desenvolveu um modelo de IA alegadamente mais barato e eficiente, sem depender dos chips mais avançados da Nvidia. O anúncio da DeepSeek, no início de 2025, derrubou as ações da Nvidia em 17%, o que significou uma perda de US$ 600 bilhões (R$ 3 trilhões) — um montante que supera toda a arrecadação federal brasileira em um ano.
Ainda assim, os gigantes da tecnologia dos EUA mantêm a confiança. Sundar Pichai, CEO do Google, defendeu o plano de gastar US$ 75 bilhões (R$ 375 bilhões) em 2025, argumentando que a inteligência artificial representa uma oportunidade única na história da inovação.
Satya Nadella, da Microsoft, anunciou um orçamento de US$ 80 bilhões (R$ 400 bilhões) para expandir o Azure, sua plataforma de computação em nuvem.
A Meta, por sua vez, foi recebida com mais entusiasmo pelo mercado, graças aos resultados imediatos de sua aplicação de IA para melhorar a precisão dos anúncios no Facebook e no Instagram. Isso contrasta com os desafios enfrentados pelo Google, que precisa integrar a tecnologia ao seu sistema de buscas sem comprometer a receita bilionária obtida com anúncios.
Paralelamente, startups também atraem investimentos colossais. Sam Altman, CEO da OpenAI, firmou uma parceria com SoftBank e Oracle para criar uma rede de infraestrutura de IA avaliada em até US$ 500 bilhões (R$ 2,5 trilhões) ao longo dos próximos anos.
Apesar de algumas dúvidas no mercado por conta da China, muitos analistas afirmam que os Estados Unidos continuarão a dominar a inovação global.
Rishi Jaluria, do RBC Capital Markets, explicou para o Financial Times que quem reduzir o ritmo agora pode perder espaço para sempre. Em um setor onde os avanços acontecem a passos largos, parar significa ficar para trás, o que não é uma opção para os gigantes americanos.
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