CEO do Telegram volta a Dubai após meses impedido de sair da França
Pavel Durov é acusado de facilitar crimes na plataforma e pode pegar 20 anos de prisão

Pavel Durov, cofundador e CEO do Telegram, deixou a França após receber permissão temporária da Justiça para viajar.
O empresário, que estava impedido de sair do país havia meses, retornou a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde reside atualmente.
A decisão judicial suspendeu a restrição de deslocamento entre os dias 15 de março e 7 de abril de 2025, mas Durov ainda precisará se apresentar às autoridades francesas ao fim do prazo.
Ele segue respondendo a processos judiciais e pode enfrentar punições conforme o andamento das investigações.
Em comunicado publicado em seu canal no Telegram, Durov agradeceu aos juízes pela permissão temporária e destacou os esforços de sua defesa para demonstrar que a plataforma “não apenas cumpriu como excedeu as expectativas legais” no combate a crimes digitais.
Prisão e acusações
O empresário russo foi preso em agosto de 2024 ao desembarcar no aeroporto de Paris em um jato particular. Ele foi liberado dias depois, mas ficou proibido de deixar o país enquanto o caso era analisado.
Durov é acusado de se recusar a colaborar com investigações sobre crimes graves envolvendo o uso do Telegram.
Como cofundador e gestor da plataforma, responde judicialmente por cumplicidade em delitos cometidos por meio do aplicativo, falta de cooperação com autoridades, facilitação da distribuição de material de exploração sexual infantil e envolvimento indireto com tráfico de drogas e fraudes.
Se condenado, pode pegar até 20 anos de prisão.
O império de Durov
Nascido em 1984, em São Petersburgo, Pavel Durov fundou a rede social VKontakte (VK), popular na Rússia, antes de vender sua participação e deixar o país em 2014, após resistir a pressões do governo de Vladimir Putin para ceder dados de usuários.
Em 2013, ele e seu irmão, Nikolai Durov, criaram o Telegram, com a promessa de oferecer um serviço de mensagens mais seguro e privado. Atualmente, o aplicativo conta com cerca de 950 milhões de usuários ativos mensais.
Durov, que tem fortuna estimada em US$ 11,5 bilhões, é considerado o residente mais rico dos Emirados Árabes Unidos e mantém o controle acionário do Telegram.
Reação do Telegram
Após a prisão do CEO, a plataforma adotou mudanças na política de moderação.
O Telegram passou a permitir que usuários denunciem conversas privadas e removeu milhões de grupos e canais suspeitos.
A empresa, que historicamente resistia a pedidos de governos para acesso a dados de usuários, agora reforça que está ampliando sua cooperação com autoridades internacionais.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)