Talibã tropical: MP quer impor religião à cantora Claudia Leitte
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Talibã tropical: MP quer impor religião à cantora Claudia Leitte

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Madeleine Lacsko
4 minutos de leitura 03.01.2025 18:16 comentários
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Talibã tropical: MP quer impor religião à cantora Claudia Leitte

Não dá mais para aceitar que questões tão fundamentais quanto a liberdade de expressão e religiosa sejam tratadas com tamanha leviandade.

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Madeleine Lacsko
4 minutos de leitura 03.01.2025 18:16 comentários 10
Talibã tropical: MP quer impor religião à cantora Claudia Leitte
Arte: O Antagonista

O Brasil parece ter entrado em um novo nível de absurdo. A tentativa do Ministério Público da Bahia de processar Claudia Leitte por mudar uma letra de música é uma amostra de como a justiça está sendo usada para promover uma agenda sem sentido. A cantora, que adaptou a palavra “Iemanjá” para “Yeshuá” em uma canção, agora se vê no centro de uma polêmica que expõe o grau de distorção em que vivemos. E o que é mais surreal: nem os autores da música reclamaram, e até figuras importantes da música baiana, como Carlinhos Brown, saíram em sua defesa. Então, por que essa perseguição?

O problema não é apenas o desperdício de recursos públicos em uma ação que não faz sentido algum. É a mensagem que isso passa. Quando o Ministério Público se dedica a criminalizar uma escolha artística – e pessoal – da cantora, o que está sendo imposto é, na prática, uma nova forma de intolerância religiosa.

Obrigar Claudia Leitte a cantar uma palavra que não reflete sua crença é, na definição clássica, intolerância religiosa. E o que torna tudo ainda mais grave é que em nenhum momento vemos uma reação à altura para impedir que o dinheiro público seja gasto em algo tão esdrúxulo.

Esse tipo de atitude tem ganhado força em um ambiente cada vez mais contaminado pela seita ideológica woke.  Essa agenda, que deveria ser limitada ao espaço individual de quem acredita nela, está sendo empurrada para o poder público, financiada com dinheiro público, e agora usada para reprimir quem não se alinha. A liberdade de expressão está sendo substituída por um modelo em que a justiça tenta ditar como as pessoas devem agir, falar e, neste caso, cantar.

É uma agenda também focada em atacar valores cristãos. Não faltam exemplos de humoristas, artistas e militantes que ridicularizam símbolos religiosos cristãos. Isso já virou quase um ritual de entrada no mundo artístico de esquerda: primeiro você zomba do cristianismo, depois faz alguma declaração ousada sobre sua vida sexual e pronto, você é aceito no clube.

Mas quando uma cantora cristã decide adaptar uma letra de música, a reação é imediata. Processos, campanhas de difamação e o uso da máquina pública para impor um modelo ideológico. Isso é exatamente o oposto da liberdade que muitos pregam. É censura e das mais perigosas porque vem disfarçada de justiça.

O que está em jogo aqui não é apenas o caso de Claudia Leitte. É a relação entre o poder público e a população. A confiança no judiciário e no Ministério Público já está desgastada. Altos salários, privilégios e o custo que essas instituições representam já geram resistência. Quando, além disso, temos ações tão absurdas quanto essa, a hostilidade tende a crescer. Em vez de defender os interesses da sociedade, a Justiça acaba se tornando motivo de piada. E isso é perigoso.

O Brasil não pode continuar nesse caminho. Este poderia ser o ano para fazer uma limpa, para separar o que é justiça do que é militância disfarçada de processo legal. Cada vez que o poder público se envolve em absurdos como esse, o país perde mais um pouco de sua credibilidade. E, sejamos sinceros, já passamos do limite. Não dá mais para aceitar que questões tão fundamentais quanto a liberdade de expressão e religiosa sejam tratadas com tamanha leviandade. É hora de virar essa página.

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Comentários (10)

ALDO FERREIRA DE MORAES ARAUJO

06.01.2025 18:19

Só quem pode reclamar de tal alteração na letra são os autores, e fim. A verborragia do senhor Patrick Lima ganha ares de ridícula ao comparar a alteração da letra da música Caranguejo, uma música popular sem praticamente nenhuma importância cultural, com alterações em ritos religiosos. A alteração que a cantora fez na letra não tem nada disso, não é música religiosa, não é música parte de qualque ritual religioso, é uma mera música comercial que cita perifericamente um ato praticado por crentes de entidade religiosa, como poderia citar qualquer outra coisa, como o andor de uma procissão cristã por exemplo.


Guilherme Rios Oliveira

06.01.2025 11:05

Tô dentro na mesa com a Heineken, há muitos e muitos anos atrás as cortinas do Teatro Francisco Nunes, no Parque Municipal de Belo Horizonte, se abriram, era o início da encenação de "O Encontro Marcado", de Fernando Sabino, aparece um bêbado sentado num banco de praça, quieto, sem falar nada, apenas com uma garrafa na mão. Depois de longos dois minutos, toda a plateia concentrada naquela figura, esperando uma fala muito filosófica e profunda, ele simplesmente disse "Não analisa não pô". Eu era muitíssimo mais feliz naqueles tempos. Não aguento mais identitarismo, wokismo e muitos outros ismos mais. Que preguiça. Bora tomar uma!!!


Marcia Elizabeth Brunetti

06.01.2025 09:58

Gostei da ideia, Marcelo. Alguns indivíduos até tentam parecer cultos, mas não conseguem sustentar suas ignorâncias quando se fala de ideologias emboloradas. Vamos lembrar dos artistas e intelectuais de esquerda. O que pensam? o que comem? e como se reproduzem?...


Marcelo Tolaine Paffetti

06.01.2025 00:51

Gostaria, como quer Lula, de sentar com Patrick pra tomar umas cervejas e conversar. Essa sua verborragia e seu pseudo intelectualismo tentam esconder, com frágeis e facilmente descartáveis argumentos, sua ideologia identitária, subsumindo-se em uma espécie de cavalo de troia neste ambiente que, deveras, não lhe apraz. Mas sinta-se a vontade de seguir aqui com suas observações "ponderadas". Se algum dia quiser sentar pra conversar, a Heineken é por minha conta.


Marcilio Monteiro De Souza

05.01.2025 15:20

Quando o povo brasileiro abrir o olho já vai ser tarde demais. O povo que aceita tudo acaba sem nada.


Lindberg Garcia

05.01.2025 12:14

Quer coisa mais inútil, escatologiccamente falando, do que a pauta woke? Esta é a prova da celeuma contra a liberdade de expressão de uma contora consagrada como Cláudia Leite. Como dizia minha finada avozinha no alto de sua sabedoria: "Quem não tem o que fazer, faz colher de pau e pinta o cabo." Simples assim.


Angelo Sanchez

04.01.2025 15:40

DEUS É UM SÓ E UNIVERSAL, Fazer escândalo por causa de uma música carnavalesca chinfrin e sem sentido é muita estupidez. YEMANJÁ, Mãe D'água, é uma divindade da fertilidade, e deve ser respeitada por todos, assim como Jesus, filho de Deus para os cristãos. Saudades da música "Olha a cabeleira do Zezé".


Patrick Lima

04.01.2025 12:30

Guilherme Rios Oliveira, sua abordagem simplista desconsidera o papel crucial que os símbolos religiosos e culturais desempenham em uma sociedade plural como a brasileira. Imagine, por exemplo, se em uma celebração pública do Natal, uma figura central como o presépio fosse substituída por um símbolo que não pertence à tradição cristã. Ou se, na Santa Ceia, o pão e o vinho fossem trocados por outros elementos que desvirtuassem o significado original do rito. Certamente, muitos cristãos se sentiriam desrespeitados, e com razão, pois esses símbolos possuem um valor sagrado que vai além de uma preferência pessoal. Da mesma forma, Iemanjá não é apenas uma palavra em uma música; ela representa um elemento central das religiões afro-brasileiras. Substituí-la por "Yeshuá", que carrega um significado explicitamente cristão, sem o devido contexto ou autorização, pode ser interpretado como desrespeito, ainda que involuntário. É uma questão de reconhecimento e respeito às tradições alheias, algo que gostaríamos de receber em relação às nossas próprias crenças. O argumento de que as entidades religiosas temem "perder fiéis" também carece de fundamento. A ação movida pelo Ministério Público reflete uma tentativa de proteger a integridade cultural e religiosa de grupos que historicamente enfrentam discriminação. Em um país onde o sincretismo religioso é parte do tecido social, não se trata de limitar a liberdade individual, mas de promover uma convivência harmoniosa baseada no respeito mútuo. Por fim, como Raul Seixas canta, "Deixa o que tu queres, pois é tudo da lei." Mas viver em sociedade exige mais do que apenas fazer o que se quer; exige também responsabilidade e empatia. O que está em discussão não é a preferência musical individual, mas o impacto que essa escolha pode ter em um contexto cultural e religioso mais amplo.


Alcimar Costa

04.01.2025 11:30

Madeleine: Estamos a um passo da burca ideológica. Parabéns!!!!


EUD

04.01.2025 10:49

Mais Uma Prova De Que As ESQUERDAS, Só Geram ESTUPIDEZ E IMBECILIDADES !!!!!!!


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