Michelle na posse do Trump x Janja e a faraona
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Michelle na posse do Trump x Janja e a faraona

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Madeleine Lacsko
3 minutos de leitura 24.01.2025 19:52 comentários
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Michelle na posse do Trump x Janja e a faraona

No fim, a questão é: quem está mais à vontade em seu papel e, consequentemente, consegue desempenhá-lo melhor?

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Michelle na posse do Trump x Janja e a faraona
Arte: O Antagonista

Na mesma semana, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e a atual, Janja Lula da Silva, estiveram em evidência por motivos bastante distintos. Michelle apareceu como representante do marido na posse de Donald Trump, mantendo a postura que a marcou como primeira-dama, enquanto Janja voltou às manchetes pela “dancinha da faraona” e por atitudes que, mais uma vez, colocam em evidência a dificuldade de sua adaptação ao papel.

A grande questão aqui não é apenas o contraste entre os eventos, mas o quanto cada uma está ou esteve à vontade no papel de primeira-dama. E isso faz toda a diferença.

Michelle Bolsonaro abraçou o papel com naturalidade. Gostava de ser primeira-dama e isso era evidente. Durante seu tempo no Planalto, dedicou-se a causas como a inclusão de crianças com deficiência, vestiu-se de forma simbólica e estratégica, e construiu uma relação sólida com seu público. Até mesmo na posse de Trump, seu cuidado com a imagem pública estava presente. Ela não apenas desempenhou seu papel, mas o fez com orgulho de quem ela é: uma mulher cristã, ajudadora do marido, que adotou o sobrenome Bolsonaro sem qualquer constrangimento.

Janja, por outro lado, parece desconfortável no papel que ocupa. Apesar de adotar o sobrenome e até o apelido de Lula, o que em si já contrasta com seu discurso feminista, não consegue transmitir consistência. Seu posicionamento como feminista soa contraditório, considerando o papel tradicional de primeira-dama, que exige abdicar de parte da própria trajetória para viver o projeto do marido. Como bem dizia Ruth Cardoso, não existe primeira-dama feminista, ou é uma coisa ou é outra. E Ruth, mesmo desconfortável, encontrou uma causa e fez um trabalho memorável na alfabetização e educação das crianças brasileiras.

Janja, ao contrário, tenta se posicionar em várias frentes, sem foco e sem preparo. Sua falta de domínio da língua portuguesa, incluindo erros básicos, como confundir o gênero de palavras, como “faraó”, não ajuda. Além disso, não parece aproveitar a oportunidade para deixar um legado. Enquanto outras primeiras-damas encontraram causas específicas, Janja flutua entre diferentes temas, mas sem profundidade, o que acaba gerando ruído e desgaste.

A comparação entre Michelle e Janja, então, não poderia ser mais clara. Michelle deixou o papel de primeira-dama com uma imagem consolidada, tanto no Brasil quanto no exterior, e agora assume uma função política de destaque à frente do PL Mulher. Já Janja enfrenta contradições e críticas constantes, como a de ouvir do próprio marido, em rede nacional, que “homem gosta mais de amante do que da mulher”.

No fim, a questão é: quem está mais à vontade em seu papel e, consequentemente, consegue desempenhá-lo melhor? Michelle demonstrou conforto, coerência e dedicação. Janja, por sua vez, parece presa em um personagem que ela própria não consegue sustentar. A resposta, ao que tudo indica, é óbvia.

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Comentários (4)

Marcelo José Dias Baratta

27.01.2025 03:44

Concordo com a analise, há grande diferença entre uma e outra, daí imaginar que a Michelle seria um bom nome pra 2026, é outra coisa bem distinta. Sim, é o que se tem ventilado, a sede pelo poder dos bolsonaros é tanta, que imaginam que a Michelle, por ser tudo isso que disseiste realmente, será um nome que poder[a alçar vôos mais altos, não que ela seria a verdadeira mandatária do país, isso não, seria, no pensamento deles, uma marionete na mão deles, mas como o povo brasileiro não sabe votar, é bem possível que ela venha a ser eleita. Mas importante ressaltar, não tem o menor prepraro para a missão, assim como seu marido, despreparado geral, um bronco e associou-se aos piores da política, deu tiro no pé direto, ajudou a eleger o nove dedos por sua postura, um sem noção completo. É o que penso.


Ita

25.01.2025 10:40

Já dizia um chefe que tive há alguns anos: "quem nasceu para Zé Bombinha não se meta a Mané Fogueteiro". Marmita? Quentinha? kkkkkkkkkkkkkkkkkk


Marcilio Monteiro De Souza

25.01.2025 10:33

Não adianta a pessoa querer ser aquilo que não é, uma hora vai dar com os burros n' água. Até pra vestir um personagem precisa estudar o personagem.


Luiz Filho

25.01.2025 08:34

Difícil é compatibilizar uma gente que se presta a ser marmita de preso com a ascensão social


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