Leonardo Barreto na Crusoé: Anistia e a crise do consórcio PT-STF
Rebelião do baixo clero da Câmara com aprovação de urgência é reação democrática a um arranjo esgotado

É importante entender o significado do movimento pela anistia.
Como uma pauta lateral, restrita aos apoiadores mais diretos de Jair Bolsonaro, tornou-se uma crise institucional?
Uma explicação pode estar na leitura da anistia como elemento além de seu mérito: o fato de o STF ser visto como uma instância em que o governo do PT se apoia para compensar sua fragilidade no Congresso, onde dispõe de uma base vulnerável, ideologicamente infiel e ciente de sua força impositiva — inédita na história política do país.
O presidente Lula encontra na Suprema Corte, conforme pensamento consolidado no Legislativo, o mínimo de governabilidade para não sucumbir completamente ao jugo de partidos que lhe dão um apoio controlado, submetido a rígido controle e monitoramento, exercido com a supremacia orçamentária.
Dos deputados que assinaram o requerimento de urgência do PL da Anistia, 55% são de partidos com assento na Esplanada.
Todos sabem que a base é ilusória, mas chama atenção que tanta gente se disponha a contrariar o governo em uma questão existencial para o PT.
Considerando ainda que 51% da população, assim como a maior parte da mídia, são contra a anistia, pode-se concluir que a crise tem origem política e se desenvolve no coração do sistema político.
Pesquisa parlamentar realizada pela consultoria Think Policy, neste mês, mostra que apenas 34% dos deputados se consideram da base de apoio, 38% se dizem independentes e 37% oposicionistas. Essa é a situação desde o início do governo.
Como reação à condição minoritária, Lula tem se apoiado no STF em muitas oportunidades para submeter o Congresso, constituindo assim…
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