Jerônimo Teixeira na Crusoé: A irrelevância da Lei Anti-Oruam
Proibir dinheiro público para espetáculos que estariam fazendo "apologia ao crime” é a mais nova eclosão da tara legislativa brasileira

Não sabia quem era Oruam até há algumas semanas atrás, quando seu nome começou a pipocar no ex-Twitter, o atual X.
Sigo sem conhecer o trabalho de Oruam. Ele talvez seja um excelente rapper, um grande artista, um verdadeiro gênio. Mas eu passo: não vou ouvi-lo.
Que posso fazer? Como todo homem cis branco de certa idade, tenho meus preconceitos arraigados – no caso, um odioso preconceito contra rappers que têm o rosto de Elias Maluco tatuado no peito.
Posso ignorar a música, mas não o personagem. Alguns políticos ditos liberais converteram Oruam em personagem da República. Ele está para virar nome de lei.
É possível que já tenha virado: dezenas de Câmaras de Vereadores país afora estão discutindo a sua Lei Anti-Oruam. Talvez uma delas já a tenha aprovado.
“Toma Jack”
Essas leis pretendem proibir o poder público municipal de promover ou financiar shows de artistas que façam apologia ao crime organizado.
Oruam seria hoje o mais famoso desses músicos, daí a escolha de seu nome para apelidar a lei.
A Lei Anti-Oruam original foi proposta na Câmara Municipal de São Paulo pela vereadora Amanda Vetorazzo, do União Brasil. Oruam foi às redes instigar seus fãs contra Amanda.
Repercutindo um vídeo em que um parça seu dizia que a vereadora está precisando de um parceiro sexual, Oruam levou esse aconselhamento afetivo ao limite. “Toma Jack”, ele disse.
Pelo que informa a imprensa, “Jack” é gíria de presídio para estuprador.
Não parou aí. Amanda recebeu ameaças pelas redes…
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Comentários (2)
Denise Pereira da Silva
11.02.2025 19:18Os “iluminados” passaram por aqui? Muito estranho que 5 comentários de leitores que estavam aqui (inclusive um era meu) tenham sumido.
Denise Pereira da Silva
10.02.2025 22:57Por que todos os comentários dos leitores foram apagados desse artigo?