Crusoé: O olhar parcial do Itamaraty ataca novamente no Oriente Médio
Governo brasileiro ataca Israel, mas ignora conquistas militares da Turquia no norte da Síria e financiamento a grupos terroristas
O Itamaraty publicou mais uma nota tendenciosa sobre o Oriente Médio nesta quinta, 12.
Em comunicado, o Ministério de Relações Exteriores afirma que “condena a ocupação, a partir de 8 de dezembro, por efetivos das Forças Armadas israelenses, da zona desmilitarizada na Síria, em violação ao Acordo de Desengajamento de 1974”.
A mensagem ignora completamente a necessidade de Israel se precaver de ataques futuros, uma vez que grupos antissemitas estão prosperando no caos da Síria.
Mas a nota é ainda mais aviltante porque o Itamaraty tem desconsiderado outras ações na Síria, muito mais graves.
Invasão turca
O país que mais ganhou território na Síria não é Israel, que assumiu o controle de áreas despovoadas, mas a Turquia.
Sob a justificativa de se proteger de grupos armados curdos, as Forças Armadas de Recep Tayyip Erdogan (na foto, com Lula no G20) atuaram militarmente na Síria logo após o início da guerra civil, em 2011.
Em 2016, as diversas operações militares já tinham conquistado 10 mil quilômetros quadrados no norte do país.
Só para comparar, a área desmilitarizada que Israel ocupou, em caráter provisório, no sul da Síria esta semana é de 400 quilômetros quadrados.
A Turquia também tem financiado e treinado grupos terroristas, entre eles o HTS, que tomou a capital Damasco no domingo, 8, e conseguiu a queda da ditadura de Bashar Assad.
Nenhuma nota foi publicada pelo Itamaraty condenando a ação turca.
Diferenças
O governo de Israel também tem sido claro ao dizer que não pretende conquistar territórios na Síria nem influenciar na formação do novo governo.
Erdogan, por outro lado, não indica que irá retirar suas tropas da Síria em algum momento.
Guterres
O secretário-geral da ONU, o português Antonio Guterres, segue a mesma linha enviesada do Itamaraty.
Nesta sexta, 13, ele divulgou a seguinte mensagem…
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