A direita que a esquerda gosta está babando para derrubar Caiado
O que surpreende é ver gente da direita comemorando essa situação
A política brasileira é lotada de lideranças péde manga, tipo que nada deixa crescer à sua sombra. Pergunta para quem entende de planta: onde cresce uma mangueira, nada mais cresce ao redor. E o Brasil parece gostar desse tipo de liderança, tanto à direita quanto à esquerda. Aquele líder que centraliza tudo, vira figura de salvação e, no final, não forma sucessores.
Ronaldo Caiado não é desse tipo. Ele é da direita raiz, de uma direita que existia antes do PL virar “de direita” e antes do Bolsonaro parar de apoiar o Lula. Lá em 1989, enquanto muitos ainda viam no PT a salvação da pátria, Caiado já acusava Lula de corrupção e alertava que o partido seria um desastre administrativo. Ele apontava que o sindicalismo ideológico arruinaria a estrutura de governança do país. E acertou.
Agora, quem está pedindo a inelegibilidade de Caiado? O PL, o partido que hoje se autoproclama direita, mas que já foi aliado de primeira hora do Lula. Não apenas participou do primeiro governo do petista, como foi parar na cadeia junto com a turma do mensalão. Porque, convenhamos, uma coisa é participar do governo mas outra é ir preso junto.
Pensem bem, até o Macarrão delatou o goleiro Bruno tentando não ir preso junto. E ele tinha uma tatuagem em homenagem ao amigo, a frase “a amizade nem mesmo a força do tempo irá destruir – Bruno e Maka”. Valdemar Costa Neto foi abraçado com o PT até a cadeia sem delatar ninguém e assumindo que cometeu os crimes. Agora até me lembrei de uma música chamada “paixão antiga sempre mexe com a gente”. De repente é um refrão, não sei bem. Voltemos à política.
O que motiva o PL de Valdemar Costa Neto a mirar em Caiado? Será porque Caiado desponta como um dos possíveis nomes para 2026? Quem serão os próximos alvos?
Caiado é um nome forte, especialmente em um cenário onde Jair Bolsonaro está inelegível. Ele tem histórico, já foi candidato à presidência em 1989 e hoje é uma das poucas vozes à direita que não hesitam em criticar Lula e defender outros líderes do espectro político, como o governador Tarcísio. Mesmo não sendo de São Paulo ou do partido de Tarcísio, Caiado teve coragem de sair em defesa do governador contra decisões que interferem na polícia paulista, a mais bem-sucedida do país em redução de homicídios. É esse Caiado que agora é alvo.
A acusação é de abuso de poder político nas eleições, algo que soa contraditório. O pedido de votos foi feito dentro de sua casa, algo que o TSE já decidiu ser permitido desde 2014. Governadores e presidentes podem realizar reuniões políticas em suas residências oficiais. O que não pode é pedir votos em eventos oficiais de governo, como inaugurações, por exemplo. E mais: o pedido de votos foi para um pequeno público e não teve poder para alterar o resultado da eleição.
O que intriga é por que o PL pediu a inelegibilidade de Caiado mas não de políticos de esquerda que fizeram a mesma coisa. Lula, por exemplo, fez da Alvorada praticamente um estúdio de campanha para vereadores e aliados. Nada aconteceu. O próprio Tarcísio pediu votos publicamente em situações semelhantes. Nada também. Então por que Caiado? Fica difícil entender. Ou talvez fique até claro demais, dependendo de como você olha.
O que surpreende é ver gente da direita comemorando essa situação. Espero sinceramente que seja uma ala que escapou de algum hospital psiquiátrico. Num momento em que a esquerda domina a mídia, as universidades e o meio artístico, enfraquecer lideranças fortes da direita é suicida. Enquanto a direita se divide e ataca seus próprios nomes, a esquerda continua consolidando seu domínio. Deve ser muito fácil ser de esquerda no Brasil: você tem como adversários a turma do Didi.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (1)
Sérgio Luís stuchi
12.12.2024 22:29Brilhante comentário. Triste cenário,um camaleão travestido de populista de esquerda ,a mídia outrora combativa,agora chapa branca ,um judiciário que não precisamos comentar e nada que desponte para termos alguma esperança. Feliz 2025.