Xi Jinping lidera reunião que define o futuro da China
Presidente comanda pessoalmente o congresso do Partido Comunista que traçará o plano de desenvolvimento do país até 2030, reafirmando o controle total do estado sobre o país
Xi Jinping presidirá na próxima semana, em Pequim, a reunião mais importante do Partido Comunista da China nesta década.
Entre segunda, 20, e quinta, 23, cerca de 370 dirigentes se reunirão para definir o 15º plano quinquenal, documento que estabelecerá as metas econômicas e tecnológicas do país até 2030.
O texto será elaborado sob orientação direta de Xi e consolidará a centralização política e o domínio do Estado sobre todos os setores do país.
A China vive uma nova fase do velho socialismo planejado. Em vez de confiar na criatividade da sociedade, o regime tenta decidir o futuro em congressos e relatórios.
O governo promete impulsionar as chamadas “forças produtivas de nova qualidade”, integrando inteligência artificial em 90% da manufatura e buscando autonomia total em robótica, semicondutores e computação quântica. A meta é fazer da China uma superpotência industrial sem depender do Ocidente.
Economistas liberais já mostraram que esse tipo de planejamento não funciona.
Ludwig von Mises provou que, sem preços livres, não há como calcular eficiência ou valor. Friedrich Hayek chamou o modelo de “a pretensão do conhecimento”, a crença de que burocratas podem substituir milhões de decisões individuais.
A história mostrou o resultado: a União Soviética e todos os regimes que tentaram planejar a economia de cima para baixo acabaram presos na estagnação.
Xi ignora essas lições. Desde que assumiu o poder, reforçou o papel do partido em todos os níveis da produção, restringiu o capital privado e concentrou decisões em comitês centrais.
Agora, o novo plano quinquenal repete a ambição de controlar o crescimento, a inovação e até o consumo das famílias. O mercado é tratado como instrumento do Estado, não como espaço de liberdade econômica.
A China mantém crescimento perto de 5% ao ano, mas enfrenta deflação, desemprego entre jovens e queda prolongada no setor imobiliário.
Mesmo assim, Xi descarta ampliar a rede de bem-estar social e aposta na disciplina estatal como resposta a todos os problemas.
O congresso da próxima semana mostrará até onde o regime acredita ser possível comandar uma sociedade inteira a partir de um único plano.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)