A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou a conclusão das negociações para o acordo comercial entre a União Europeia e os países do bloco sul-americano Mercosul, um marco histórico nas relações comerciais.

Durante uma cúpula com líderes do Mercosul, von der Leyen enfatizou a importância deste feito. “Hoje celebramos um verdadeiro marco histórico,” afirmou ela.

“Permitam-me agradecer aos principais negociadores por sua dedicação e determinação. Eles trabalharam incansavelmente ao longo de muitos anos para alcançar um acordo ambicioso e equilibrado. E eles conseguiram.”

A notícia foi recebida com reações divergentes dentro do continente europeu: enquanto a Alemanha celebra o avanço, a França expressa sua insatisfação, classificando o acordo como inaceitável.

A França manifesta preocupação em relação à possível inundação de importações de frango e carne bovina a preços baixos, que poderia prejudicar seus agricultores locais.

Em contrapartida, a Alemanha enxerga no acordo uma oportunidade para revitalizar seu setor de exportações, incentivando Bruxelas a aproveitar o potencial de abertura de novos mercados.

O tratado, cuja negociação se estendeu por 25 anos, pretende criar um mercado que abrangerá mais de 700 milhões de pessoas.

Oportunidade econômica e necessidade política

Von der Leyen e o chefe de comércio da UE, Maroš Šefčovič, voaram para o Uruguai na quinta-feira para apertar as mãos de seus colegas do Mercosul. Isso agradou Berlim, mas causou alvoroço na França, onde o governo havia caído poucas horas antes.

Com a queda do governo francês, em 4 de dezembro, a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen voou para Montevidéu naquele mesmo dia.

“Estamos enviando uma mensagem clara e poderosa ao mundo”, disse von der Leyen. “Em um mundo cada vez mais confrontacional, demonstramos que as democracias podem confiar umas nas outras. Este acordo não é apenas uma oportunidade econômica. É uma necessidade política.”

A rubrica do acordo de comércio e cooperação com o Mercosul — que compreende Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e a recém-chegada Bolívia — marca o fim das negociações políticas.

O texto ainda precisaria passar por verificações legais e tradução, antes que o lado da UE vá para votação entre os estados-membros e no Parlamento Europeu.

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