USAID: Doações de funcionários reforçam denúncias de viés ideológico
Com quase R$ 2 milhões destinados a democratas, órgão sofre pressão do governo Trump por reformas

Funcionários da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) destinaram quase a totalidade de suas doações políticas a candidatos democratas em 2024, conforme revelou uma análise do Daily Wire, baseada em dados do OpenSecrets.
Ao todo, foram doados US$ 406.790 (aproximadamente R$ 2 milhões), sendo 97% desse valor direcionado ao Partido Democrata.
Mais da metade do montante, cerca de US$ 241.079 (R$ 1,2 milhão), foi destinado à campanha da ex-vice-presidente Kamala Harris. Por outro lado, Donald Trump recebeu apenas US$ 999 (pouco mais de R$ 4,9 mil. No geral, os republicanos receberam US$ 12.704 (aproximadamente R$ 62,5 mil), valor irrisório diante da expressiva preferência pelos democratas.
As cifras impulsionaram as críticas de Trump e seus aliados, que acusam a USAID de estar dominada por uma “esquerda radical” que teria se expandido durante o governo Biden. O ex-presidente, em declaração na segunda-feira, afirmou que a agência, responsável por um orçamento anual de US$ 50 bilhões (mais de R$ 246 bilhões), está sob o controle de “lunáticos” e que o dinheiro estaria sendo destinado a “pessoas que não deveriam recebê-lo”.
A gestão Trump já está em processo de absorver a USAID pelo Departamento de Estado, com o secretário Marco Rubio assumindo interinamente o comando da agência. Rubio, crítico histórico da falta de transparência da USAID, afirmou que o órgão demonstrava insubordinação durante os pedidos de prestação de contas.
“Quando questionávamos quem estava recebendo o dinheiro ou sendo beneficiado pelos programas, não obtínhamos respostas claras”, declarou. “Esse dinheiro é dos contribuintes, e devemos garantir que seja usado para promover os interesses nacionais.”
Desde o início do mandato de Trump, milhares de funcionários da USAID foram demitidos, e diversos programas considerados irrelevantes foram encerrados. Na última segunda-feira, a sede da agência, em Washington, D.C., foi isolada por fitas policiais, impedindo a entrada dos funcionários. O site oficial desapareceu no sábado, e centenas de empregados relataram problemas de acesso aos sistemas internos no domingo à noite.
Senadores democratas reagiram rapidamente. Chris Van Hollen (D-MD) acusou o governo de violar a lei ao tentar desmantelar a agência sem aprovação do Congresso. “Elon Musk pode mandar na Tesla, mas não pode brincar de ditador aqui”, afirmou durante uma coletiva em frente à sede da USAID. Já Brian Schatz (D-HI) ameaçou bloquear todas as nomeações de Trump para o Departamento de Estado até que a ofensiva contra o órgão seja suspensa.
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