O Exército ucraniano confirmou neste domingo, 16, a retirada das suas forças da cidade de Sudja, localizada na região russa de Kursk. A cidade, ocupada parcialmente pelos ucranianos em agosto de 2024, é considerada estratégica devido à presença de gasodutos que seguem em direção à Europa. 

A retirada foi confirmada após o Ministério da Defesa da Rússia ter afirmado, ao longo da última semana, que havia reconquistado Sudja. 

O Estado-Maior da Ucrânia divulgou mapas atualizados do campo de batalha, indicando a retirada completa. Após meses de combates intensos, Sudja está praticamente destruída. 

Kiev agora detém uma fração menor da região, que continua sendo alvo de ataques intensos das forças russas, amparadas por soldados da Coreia do Norte.

A Ucrânia também anunciou Andrii Hnatov como novo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, em substituição a Anatolii Barhylevych, que assumirá o cargo de Inspetor-Geral do Ministério da Defesa. 

Hnatov, que já atuava como vice-chefe desde fevereiro, terá a missão de melhorar a eficiência da gestão das forças armadas ucranianas, especialmente no planejamento e comando das tropas.

Trump ecoa Putin

O ditador russo Vladimir Putin recusou o acordo de cessar-fogo temporário proposto pelos Estados Unidos e aceito pela Ucrânia para pôr fim à guerra.

Uma das condições impostas pelo Kremlin era uma conversa com Trump, que ocorreu na última quinta-feira, 13.

Em uma publicação na rede social Truth Social, o republicano afirmou que há uma “grande chance” de a “horrível e sangrenta guerra” chegar ao fim após o diálogo com Putin.

No entanto, segundo Trump, há um impasse, já que “milhares de tropas ucranianas” estão cercadas pelo exército russo, o que poderia resultar em um “massacre horrível”, sem precedentes desde a Segunda Guerra Mundial.”

Na prática, porém, Putin mostra que não tem nenhuma pressa em parar com sua ofensiva para reconquistar a região russa de Kursk ou seguir com a invasão no leste da Ucrânia.

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‘Manipulação’

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou Putin de manipulação para atrasar o fim do conflito.

Em publicação no X, Zelensky disse que Putin tem medo “de dizer a Trump que ele quer continuar esta guerra e continuar matando os ucranianos”.

“É por isso que, em Moscou, eles estão cercando a ideia de cessar-fogo com tais pré-condições que ela ou falha ou é arrastada pelo maior tempo possível. Putin faz isso frequentemente — ele não diz ‘não’ diretamente, mas ele arrasta as coisas e torna as soluções razoáveis ​​impossíveis. Nós vemos isso como mais uma rodada de manipulação russa”, afirmou.

Para Zelensky, os países precisam aumentar a pressão sobre os russos que, segundo ele, “precisam dessa guerra”.