Trump se compara a Al Capone e é ironizado nas redes
Presidente dos EUA se diz mais atacado que o notório gângster

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comparou-se na sexta-feira, 14, a Al Capone, dizendo que o notório gângster da década de 1920 experimentou apenas uma “pequena fração” dos ataques que ele recebeu.
“Fui atacado mais do que qualquer um na história do nosso país. Alphonse Capone, o grande Alphonse Capone, lendário ‘Scarface’, foi atacado apenas uma pequena fração do que eu fui atacado”, afirmou Trump, em discurso no Departamento de Justiça (DoJ).
Al Capone era conhecido no seu círculo íntimo pelo apelido de ‘Scarface’ (‘Cara de Cicatriz’), em razão de uma cicatriz no rosto, resultante de uma briga na adolescência. Ele liderou um grupo criminoso que geria apostas, agiotagem, prostituição e, sobretudo, comércio e contrabando de bebidas durante o período americano da Lei Seca. Acabou preso em 1931 por evasão fiscal, foi condenado a onze anos de prisão e, com a saúde deteriorada por conta de sífilis, foi solto oito anos depois. Morreu em janeiro de 1947, após uma parada cardíaca.
Antes de sua vitória sobre Kamala Harris em 2024, Trump foi indiciado por incitamento à insurreição de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio, sede do Congresso dos EUA, bem como por retenção ilegal de documentos confidenciais.
Ele também foi processado em Nova York por fraude, em razão de tentativas de manter em segredo pagamentos para a ex-atriz pornô Stormy Daniels em 2016, um caso no qual ele foi considerado culpado de 34 acusações de falsificação de registros comerciais em junho de 2024. Em dezembro, um tribunal federal de apelações ainda confirmou o veredito de US$ 5 milhões que deu vitória à jornalista e escritora E. [Elizabeth] Jean Carroll contra Trump, após um júri ter considerado o atual presidente responsável por abusar dela sexualmente (em grau menor que um estupro) e depois difamá-la.
No X, o vídeo em que Trump se compara a Al Capone ultrapassou 1,3 milhão de visualizações, na manhã deste sábado, 15, e rendeu numerosos comentários ácidos.
“A comparação que Trump faz de si mesmo com Al Capone é a coisa mais acidentalmente honesta que ele já disse”, disparou a empresária Robin Duggan.
“Calma, Don [versão curta e íntima de Donald]. Al Capone enfrentou a prisão — você está apenas enfrentando a realidade”, ironizou o ucraniano Anatolij.
Moda Lula
É próprio de populistas com retóricas à direita e à esquerda que se coloquem acima de outras figuras históricas como alvo de ataques, turbinando sua alegada posição de vítima.
Como autoproclamados monopolistas da representatividade do povo contra as “elites”, o “sistema” ou o “establishment”, eles buscam se blindar contra potenciais desgastes, fazendo verdades inconvenientes, críticas justas e condenações eventualmente merecidas serem sempre interpretadas como uma nova agressão.
Em julho de 2010, em ato de campanha em Garanhuns-PE pela eleição de Dilma Rousseff à presidência da República e de Humberto Costa ao Senado, Lula declarou:
“Se eu pudesse destacar uma imagem das facadas que eu tomei, e eu pudesse tirar a camisa, o meu corpo estava mais estraçalhado do que o corpo de Jesus Cristo depois de tantas chibatadas que ele tomou.”
Ou seja: Lula posou de vítima de facadas metafóricas, colocando-se acima de Jesus, que sofreu chibatadas físicas.
Do ponto de vista da malícia, claro, é mais idiota comparar-se a um gângster que a uma figura divina. Por outro lado, o sacrilégio de Lula jamais corre o risco de ser acidentalmente honesto.
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Comentários (1)
Ita
15.03.2025 14:19*ulo, Trump, Bozo, Evo, Maduro e outros tantos são tudo do mesmo apenas para chegar ao poder uns são a direita e outros a esquerda, convenientemente.