Trump dá as costas para a Ucrânia
Trump disse aos defensores do país invadido que seria melhor nunca terem lutado: "Não foi uma boa ideia eles lutarem nessa guerra", disse ele. O presidente americano descartou a adesão de Kiev à Otan como "impraticável"

Em sua coletiva de imprensa na quarta-feira, 12 de fevereiro, Trump demonstrou muita compreensão pela Rússia e, ao mesmo tempo, dificilmente encontrou uma palavra amigável para a Ucrânia.
Trump disse aos defensores do país invadido que seria melhor nunca terem lutado: “Não foi uma boa ideia eles lutarem nessa guerra”, disse ele. O presidente americano descartou a adesão de Kiev à Otan como “impraticável” e também descartou a reconquista de territórios ocupados.
Segundo Trump, os europeus devem assumir a responsabilidade por quaisquer garantias de segurança por conta própria. Os EUA, por outro lado, agora precisam recuperar a ajuda que já forneceram aos ucranianos.
Ele mencionou repetidamente números exagerados de 350 ou mesmo 500 bilhões de dólares. De acordo com as ideias do presidente americano, Kyev deveria pagar por isso em matérias-primas.
Zelensky sob pressão
O governo ucraniano está ciente o suficiente de sua dependência militar dos Estados Unidos. O presidente Zelensky ainda não disse uma única palavra crítica sobre Trump.
Em vez disso, ele está pelo menos aparentemente aceitando suas propostas, oferecendo aos americanos contratos lucrativos para terras raras e dizendo estar pronto para a paz.
Sabendo que o tempo está se esgotando, Zelensky também tenta manter seus trunfos em mãos no campo de batalha.
Na região russa de Kursk, os ucranianos têm atacado repetidamente com forças maiores para expandir ou pelo menos manter o território que controlam lá: “Então trocaremos esse território”, disse Zelensky em uma entrevista ao Guardian esta semana.
No Donbass, perto de Pokrovsk, o exército recapturou recentemente partes de vilas que continham minas estrategicamente importantes.
No entanto, o ativismo não esconde o desamparo em Kyev. Alguns comentaristas, como o ex-ministro das Relações Exteriores Volodymyr Ohrisko, ainda esperam que a Ucrânia consiga convencer Trump de que a ajuda para sua defesa é do interesse nacional e, acima de tudo, econômico dos Estados Unidos.
Outros apontam para os conselheiros pró-Ucrânia na comitiva do presidente que poderiam convencê-lo da importância da luta contra a Rússia.
No entanto, Kiev não deixou de notar que os defensores da ajuda militar, como o enviado à Ucrânia, Keith Kellogg, desempenham apenas um papel menor.
Ele não foi o primeiro visitante à Ucrânia, mas o Ministro das Finanças: Scott Bessent que trouxe consigo um rascunho de acordo para cooperação no setor de matérias-primas, mas nenhuma promessa de apoio, especialmente no campo militar.
As prioridades de Trump são claras. O fato de ele ter anunciado visitas mútuas com Putin, mas deliberadamente deixado em aberto a possibilidade de uma viagem a Kiev, reforça isso.
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