Trump avalia prós e contras de ataque à Venezuela, diz NYT

14.11.2025

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Trump avalia prós e contras de ataque à Venezuela, diz NYT

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Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 04.11.2025 18:34 comentários
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Trump avalia prós e contras de ataque à Venezuela, diz NYT

Documentos revelam extenso leque de estratégias consideradas pelos EUA, de ataques a campo de petróleo até a captura ou eliminação de Maduro

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Trump avalia prós e contras de ataque à Venezuela, diz NYT
Foto: divulgação/Governo da Venezuela

De acordo com o jornal The New York Times, o governo dos EUA tem considerado um amplo conjunto de alternativas para uma eventual ação militar na Venezuela. Embora Donald Trump não tenha formalizado uma decisão sobre de que maneira daria prosseguimento às operações, aliados defendem a deposição do ditador Nicolás Maduro com base em várias justificativas. O combate aos cartéis de drogas é o objetivo declarado; o interesse nas reservas petrolíferas, não exatamente.

Muitos conselheiros do alto escalão pressionam pela remoção de Maduro, mas o presidente tem hesitado, temendo que a operação pudesse fracassar ou colocar tropas americanas em risco.

Existe amparo no direito internacional?

O governo dos EUA tem buscado orientações junto ao Departamento de Justiça para estabelecer uma base legal para qualquer intervenção militar que fosse além da atual campanha de ataque a embarcações suspeitas de tráfico de narcóticos. A ideia seria construir um arcabouço jurídico para derrubar Maduro sem a necessidade de uma autorização do Congresso para o uso de força militar ou, menos ainda, uma declaração de guerra.

Embora o parecer estivesse em fase de elaboração, funcionários do governo antecipavam que ele argumentaria que Maduro e seus principais oficiais de segurança seriam figuras integrantes do Cartel de los Soles. Essa organização foi designada pela administração americana como um “grupo narcoterrorista”.

O Departamento de Justiça deveria sustentar que tal designação tornaria Maduro um alvo legítimo, apesar das antigas proibições legais dos Estados Unidos contra o assassinato de líderes nacionais. Essa tentativa de justificar o ataque a Maduro representaria mais um esforço da gestão para ampliar suas autoridades legais.

O apoio às opções mais contundentes vem do Secretário de Estado, Marco Rubio, e Stephen Miller, vice-chefe de gabinete e conselheiro de segurança interna. De acordo com funcionários dos EUA, estão convictos de que Maduro deveria ser forçado a deixar o poder. Apesar da pressão, Trump não tem pressa. Segundo fontes do New York Times, ele se questiona sobre qual seria o retorno concreto para os Estados Unidos de uma eventual intervenção.

Três maneiras de derrubar um ditador

O governo considera pelo menos três alternativas, caso o presidente se convença da operação.

A primeira, realizar ataques aéreos contra instalações militares, com objetivo de minar o apoio militar venezuelano a Maduro, forçando-o a fugir ou tornando-o vulnerável à captura ao se deslocar pelo país. Críticos alertam que essa abordagem poderia ter o efeito inverso, consolidando o apoio ao líder sitiado.

Uma segunda abordagem envolveria o envio de forças de Operações Especiais americanas, como a Força Delta do Exército ou o SEAL Team 6 da Marinha, para tentar capturar ou eliminar Maduro. Nesta opção, a gestão tentaria contornar as proibições de assassinato de líderes estrangeiros com o argumento de que Maduro é chefe de uma organização narcoterrorista.

A terceira alternativa consistiria em um plano mais complexo, como o envio de forças de contraterrorismo dos EUA para tomar o controle de aeródromos e parte da infraestrutura e dos campos de petróleo da Venezuela.

Guerra também psicológica

A indicação de uma escalada militar, tornada pública com declarações bastante diretas, parecia fazer parte de uma campanha de pressão psicológica sobre Maduro. Trump falou inclusive sobre uma certa “descoberta” que permitiria à CIA conduzir operações secretas dentro da Venezuela, um tipo de operação que presidentes raramente antecipam.

Ainda segundo o NYT, se Trump decidisse ordenar uma ação dentro da Venezuela, isso representaria um risco considerável nos âmbitos militar, legal e político. O planejamento para atacar o regime de Maduro tem recebido mais atenção do que o planejamento para uma sucessão de poder, caso a operação tivesse sucesso.

Alguns dos apoiadores políticos mais leais a Trump advertiram contra a ideia de atacar Maduro, lembrando ao ex-presidente que ele havia sido eleito com a promessa de encerrar “guerras eternas”, e não de iniciar novos conflitos. Caso a intervenção fosse bem-sucedida, não há garantias de que um novo governo seria mais receptivo aos interesses dos Estados Unidos.

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