O senador Bernie Sanders, que se identifica como “socialista democrático”, surpreendeu ao apoiar a criação do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), anunciada neste domingo (1º) pelo presidente eleito Donald Trump. A iniciativa, liderada por Elon Musk e Vivek Ramaswamy, visa identificar e eliminar desperdícios no orçamento federal, com foco inicial no Pentágono, cujo orçamento aprovado para 2024 é de US$ 886 bilhões.

Sanders expressou seu apoio nas redes sociais: “Elon Musk está certo. O Pentágono, com um orçamento de US$ 886 bilhões, falhou pela sétima vez consecutiva em uma auditoria. Milhares de dólares estão desaparecendo sem explicação.” Conhecido por suas críticas ao complexo militar-industrial dos Estados Unidos, o senador destacou que o orçamento atual está “inflado e ineficiente”.

O DOGE funcionará como uma força-tarefa externa, não como uma agência governamental oficial, e terá até 2026 para apresentar resultados. Musk comemorou o apoio de Sanders com emojis de bandeiras americanas, afirmando que “gastos eficientes não têm partido”.

Nos Estados Unidos, o déficit orçamentário atingiu US$ 1,8 trilhão em 2024, representando 6,4% do PIB. Esse cenário foi impulsionada por gastos elevados em defesa e programas sociais, além de custos crescentes com juros da dívida pública.

No Brasil, debates sobre controle de gastos públicos também são frequentes. A expansão do estado é frequentemente associada a ineficiência e corrupção. Bertrand de Jouvenel, em sua obra clássica “O Poder: História Natural de Seu Crescimento”, alerta para os riscos de um Estado inchado, que pode se tornar autoritário e corrupto. Jouvenel defende que limitar o poder estatal é essencial para evitar que ele se torne um “minotauro”, devorador de recursos e da liberdade individual.