Reino Unido cede à União Europeia e inicia desmonte do Brexit

17.06.2025

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Reino Unido cede à União Europeia e inicia desmonte do Brexit

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Alexandre Borges
3 minutos de leitura 19.05.2025 06:22 comentários
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Reino Unido cede à União Europeia e inicia desmonte do Brexit

Acordo assinado nesta segunda entrega pesca, mobilidade e regulação sanitária ao bloco que 17,4 milhões de britânicos rejeitaram nas urnas

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Alexandre Borges
3 minutos de leitura 19.05.2025 06:22 comentários 3
Reino Unido cede à União Europeia e inicia desmonte do Brexit
Foto: Elionas2/Pixabay

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, assinou nesta segunda, 19, um novo acordo de cooperação com a União Europeia que inicia, na prática, o desmonte dos principais pilares do Brexit.

O pacto, apelidado de “Brexit reset”, retoma obrigações regulatórias e institucionais que haviam sido encerradas com a saída formal do Reino Unido do bloco, em 2020.

Sem passar por novo referendo, o governo trabalhista entrega à União Europeia acesso às águas britânicas por mais 12 anos, sob as mesmas condições atuais.

A decisão atende a uma exigência do governo francês e contraria promessa central do Brexit: o controle exclusivo das fronteiras marítimas. O governo anunciou um fundo de £360 milhões (R$ 2,4 bilhões) para mitigar o impacto nas comunidades pesqueiras.

O acordo restabelece também a participação britânica em programas europeus de mobilidade estudantil e prevê um novo regime de residência e trabalho recíproco para jovens de 18 a 30 anos.

Críticos apontam que, embora limitado por cotas, o programa representa a reintrodução da livre circulação de pessoas, um dos eixos rejeitados por 17,4 milhões de eleitores no referendo de 2016.

No comércio, o pacto elimina checagens sanitárias em caminhões britânicos com destino à UE, mas impõe o alinhamento automático às regras alimentares do bloco — incluindo futuras alterações definidas em Bruxelas, sem participação britânica.

Outro ponto sensível do pacote é a participação do Reino Unido em um fundo europeu de €150 bilhões (R$ 843 bilhões) para contratos de defesa.

O acesso depende de contribuições financeiras britânicas. Também foi estabelecida uma nova parceria formal em segurança e defesa com instituições da UE.

Keir Starmer, que durante o referendo apoiou a permanência na União Europeia e defendeu a realização de uma segunda consulta popular, assumiu o cargo em julho de 2024 prometendo reaproximação com o bloco.

A líder do Partido Conservador, Kemi Badenoch, afirmou que o Reino Unido está novamente aceitando regras impostas de fora.

O líder do Reform UK, Nigel Farage, disse que o acordo representa a anulação prática do Brexit e a rendição ao projeto europeu. Ambos prometeram derrubar o pacto se voltarem ao poder.

Sem reverter formalmente o Brexit, o governo Starmer busca retomar os vínculos com a União Europeia ponto por ponto.

O novo acordo marca o passo mais concreto desde 2020 para reverter, sem nova votação popular, os termos definidos nas urnas.

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Alexandre Borges

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Comentários (3)

ALDO FERREIRA DE MORAES ARAUJO

19.05.2025 17:57

Eles estão vendo que não dá para apooar-se nos americanos (de repente o sucessor de Trump é seu atual vice), então é melhor aliarem-se aos vizinhos mesmo.


Ernesto Herbert Levy

19.05.2025 09:33

Aqui entre nós. O Brexit falhou miseravelmente. Onde estão ps populistas wue convenceram os eleitores a votar no Brexit? Nigel, populista, sempre culpa os outros pelo fracasso.


Carlos Arany da Cruz Martins

19.05.2025 08:28

Parte-se então para uma semidemocracia popular tutelada e manobrada por políticos "superiores". Quem diria... Parece-nos semelhante?


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