Putin sanciona tratado de defesa mútua com Coreia do Norte
Acordo prevê, entre outras coisas, “ajuda militar imediata” recíproca no caso de um ataque contra qualquer um dos dois países
O ditador da Rússia, Vladimir Putin, sancionou um tratado de defesa mútua com a Coreia do Norte. Concluído durante visita do russo a Pyongyang, em junho deste ano, o acordo entre Rússia e Coreia do Norte prevê, entre outras coisas, “ajuda militar imediata” recíproca no caso de um ataque contra qualquer um dos dois países.
A câmara alta do Parlamento russo ratificou o tratado na última sexta-feira, 8 de novembro, mas ainda precisava ser assinado por Putin para entrar em vigor.
O tratado foi publicado no site do Kremlin na noite de sábado.
Como temos mostrado, o ditador norte-coreano Kim Jong Un enviou soldados à Rússia e, aparentemente, também à zona fronteiriça da Ucrânia para apoio.
Segundo o Departamento de Defesa dos EUA, há pelo menos 10 mil militares norte-coreanos para lutar na guerra. Já há relatos de que houve um confronto com soldados ucranianos que ocuparam partes de Kursk.
O tratado sancionado por Putin também compromete a Rússia e a Coreia do Norte a cooperar internacionalmente para se oporem às sanções ocidentais e coordenarem as suas posições na ONU. Em junho, o ditador russo classificou o acordo como um “documento revolucionário”.
Quanto Putin pagou a Kim Jong-un?
Ex-embaixador de Seul na Rússia, o deputado sul-coreano Wi Sung-lac avalia que o combate no leste europeu pode não ser “um mau negócio” para a Coreia do Norte.
Em entrevista ao jornal The Korea Herald, o parlamentar, que é membro do comitê de inteligência da Assembleia Nacional da Coreia do Sul, afirmou que cada soldado norte-coreano enviado para lutar pela Rússia está recebendo um salário mensal de cerca de 2 mil dólares, citando informações reportadas pelo Instituto de Estratégia de Segurança Nacional da Coreia do Sul, grupo de estudos afiliado ao Serviço Nacional de Inteligência (NIS), ao comitê na semana passada.
Como a inteligência sul-coreana acredita que Pyongyang enviou cerca de 10 mil soldados à Rússia, o ditador Vladimir Putin poderia pagar até 200 milhões de dólares por ano pelo reforço cedido por Kim Jong-un.
Além das tropas, cerca de 4 mil trabalhadores norte-coreanos estariam na Rússia, recebendo um salário médio de 800 dólares mensais.
O NIS também acredita que Putin concordou em oferecer de 600 mil a 700 mil toneladas de arroz à Coreia do Norte.
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