Putin pede moderação ao Irã
Em diálogo telefônico, líderes de Rússia e Irã discutem tensões no Oriente Médio e a necessidade de evitar escalada do conflito
O presidente russo Vladimir Putin uniu-se aos apelos internacionais por moderação no Oriente Médio após um ataque sem precedentes do Irã a Israel.
Em uma conversa telefônica com o presidente iraniano Ebrahim Raisi, Putin expressou esperança de que todas as partes envolvidas demonstrem “contenção razoável” para prevenir uma nova rodada de confrontos, que poderiam ter consequências catastróficas para a região. A informação foi divulgada pelo Kremlin e traduzida pelo Moscow Times.
Durante a ligação, Raisi justificou as ações do Irã como “forçadas e limitadas”, ressaltando que Teerã não tem interesse em uma escalada das tensões. Ambos os líderes reafirmaram que a raiz dos problemas atuais no Oriente Médio está no conflito não resolvido entre Palestinos e Israelenses.
Rússia e Irã, segundo divulgou o governo Putin, seguirão defendendo um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, a melhoria da situação humanitária e a busca por uma solução política e diplomática para a crise.
As discussões também abordaram o recente ataque aéreo numa área próxima ao consulado do Irã em Damasco. Do lado israelense, após os ataques do Irã, Benjamin Netanyahu optou por não retaliar diretamente, mudando seus planos após um conselho do Presidente dos EUA, Joe Biden, para “aceitar a vitória” e focar em não escalar o conflito. Israel, contudo, atacou posições do Hezbollah no sul do Líbano e continua a expressar sua intenção de retaliar ao Irã.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, enfatizou a urgência de “acalmar e destensionar” a situação, em uma reunião do Conselho de Segurança convocada em resposta aos ataques. Enquanto isso, o presidente Biden intensifica esforços para um acordo de cessar-fogo, visando evitar que o conflito se alastre ainda mais.
Hamas agora oferece apenas 20 reféns
Na noite desta segunda-feira, 15, um oficial israelense de alta patente revelou, segundo matéria do Israel National News, que o Hamas concordou em libertar somente 20 dos 133 reféns detidos. Esta oferta está significativamente abaixo do número de reféns que Israel esperava ver libertados nas negociações atuais.
Segundo a fonte do Hamas, existem múltiplas razões para acreditar que o número reduzido de reféns a serem liberados pode indicar que muitos dos detidos inicialmente propostos já não estão vivos. Esta suspeita decorre de afirmações do grupo de que as mulheres, homens acima de 50 anos e aqueles com graves condições médicas, incluídos na negociação, podem estar mortos ou em poder de outras facções.
Paralelamente, o Hamas demanda a libertação de terroristas que cumprem penas longas em prisões israelenses, incluindo condenados por assassinatos, em troca de cada refém liberado. Adicionalmente, o grupo exige garantias internacionais que assegurem a completa suspensão das hostilidades como condição inicial para o acordo.
Fontes indicam que Yahya Sinwar, líder do Hamas, parece desinteressado em prosseguir com o acordo proposto. Acredita-se que ele espera que a pressão internacional sobre Israel aumente, permitindo que o Hamas continue seu combate, na expectativa de abrir uma nova frente de conflito na fronteira com o Líbano.
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, comentou que, apesar das concessões significativas de Israel, é o Hamas que agora representa um obstáculo para o cessar-fogo. Miller destacou que a proposta incluía termos bastante favoráveis ao Hamas, que teriam permitido um cessar-fogo imediato de seis semanas em Gaza, beneficiando os cidadãos palestinos que o grupo alega representar.
Senadores republicanos e Donald Trump criticam Biden
Senadores republicanos aumentaram as críticas à política externa do presidente Joe Biden, especialmente após um ataque sem precedentes do Irã contra Israel, realizado neste sábado, 13. O ataque, que contou com mais de 300 mísseis e drones, foi uma resposta iraniana a um ataque aéreo israelense em Damasco, que resultou na morte de um alto oficial iraniano.
O senador Lindsey Graham, da Carolina do Sul, expressou preocupação com a eficácia da dissuasão americana, citando que as advertências de Biden não foram suficientes para prevenir a ação iraniana. Outros republicanos, como a representante Nancy Mace e o ex-presidente Donald Trump, também criticaram a liderança de Biden, atribuindo o ataque à “grande fraqueza” dos EUA sob sua administração.
Trump, durante um comício na Pensilvânia, sugeriu que um incidente como esse não ocorreria em seu mandato, reforçando a narrativa de uma política externa enfraquecida. Em resposta, Biden convocou uma reunião de emergência do G7 para discutir o ataque, que ele descreveu como “descarado”.
A Casa Branca, através do porta-voz Andrew Bates, defendeu as ações de Biden, destacando que o presidente reforçou suas advertências ao Irã com medidas militares para assegurar a defesa de Israel. Esta resposta foi parte de um esforço para demonstrar o compromisso contínuo dos EUA com a segurança israelense, em contraste com as críticas recebidas de figuras republicanas.
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