A situação em Kursk, onde forças ucranianas continuam a avançar, está se tornando um ponto crítico para Vladimir Putin, cuja reputação já está em xeque.

Segundo a colunista Lisa Haseldine, em artigo publicado no The Spectator nesta segunda, 12, Putin estaria “desesperado” diante da invasão. O Kremlin, em resposta, intensifica sua habitual estratégia de desinformação. Em um briefing divulgado pelo serviço de inteligência estrangeira da Rússia (SVR), acusações foram direcionadas ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de adotar “medidas insanas” que poderiam levar o conflito a uma escalada além das fronteiras ucranianas.

Essas alegações incluem a insinuação de que os Estados Unidos estariam insatisfeitos com Zelensky e considerariam substituí-lo por uma figura mais alinhada aos interesses ocidentais em futuras negociações de paz. O SVR reforça a narrativa já habitual de que o Ocidente, e não a Ucrânia, é o verdadeiro inimigo da Rússia. Esse discurso é recorrente desde o início da invasão em fevereiro de 2022 e é utilizado por Putin em quase todos os seus pronunciamentos públicos.

No entanto, apesar das tentativas de controlar a narrativa, a realidade no campo de batalha conta uma história diferente. O governo local de Kursk admitiu que as tropas ucranianas controlam uma área de aproximadamente 19,3 mil quilômetros quadrados de território russo, algo que o exército russo havia anteriormente negado. Com quase 200 mil civis evacuados e um sentimento crescente de insegurança, a pressão sobre Putin e seu círculo de confiança em Moscou aumenta a cada dia.

Mesmo que o exército russo consiga reverter as conquistas ucranianas, o dano à imagem interna de Putin pode ser irreparável.