Procuradora-geral dos EUA processa Nova York por proteger imigrantes ilegais
Pam Bondi acusa estado de violar leis federais ao conceder carteiras de motorista a ilegais

A procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, anunciou nesta quarta-feira, 12, um processo contra o estado de Nova York e suas principais autoridades, incluindo a governadora Kathy Hochul e a procuradora-geral Letitia James.
A ação alega que Nova York está infringindo leis federais ao implementar as chamadas “Green Light Laws”, que permitem a concessão de carteiras de motorista a imigrantes sem documentos e restringem o acesso de autoridades federais aos dados do Departamento de Veículos Motorizados (DMV) do estado.
“Este é um novo Departamento de Justiça”, declarou Bondi em coletiva de imprensa. “Nova York escolheu priorizar estrangeiros ilegais em detrimento dos cidadãos americanos. Isso acaba hoje.” O comissário do DMV de Nova York, Mark Schroeder, também foi citado no processo.
O governo federal argumenta que essas políticas dificultam o trabalho das forças de segurança, colocando em risco a segurança pública. “Se um policial aborda um indivíduo e não tem acesso ao seu histórico, ele não sabe com quem está lidando. Isso coloca vidas em perigo diariamente”, afirmou Bondi.
A procuradora-geral ainda alertou que outros estados poderão ser alvos de ações semelhantes. “Já processamos Illinois. Agora é Nova York. Se você não cumprir a lei federal, prepare-se, porque será o próximo”, ameaçou.
A governadora Kathy Hochul reagiu duramente à ação judicial, classificando-a como “um teatro midiático” e “totalmente inútil”. Em comunicado oficial, Hochul afirmou que a lei estadual já permite que autoridades federais acessem os bancos de dados do DMV mediante mandado judicial. “Este processo é uma jogada publicitária e um fracasso anunciado”, declarou. “Nova York não vai recuar.”
A procuradora-geral Letitia James também garantiu que defenderá a legislação estadual. “Nossas leis protegem os direitos de todos os nova-iorquinos e mantêm nossas comunidades seguras. Estou pronta para defender essa legislação, como sempre fiz”, disse.
Na coletiva de imprensa, Bondi esteve ao lado de Tammy Nobles, mãe de Kayla Hamilton, uma jovem de 20 anos que foi estuprada e assassinada por um membro da gangue MS-13, que entrou nos EUA ilegalmente em 2022. “O Departamento de Segurança Interna falhou”, declarou Nobles, emocionada. “Eles não checaram o passado desse criminoso, e minha filha pagou o preço.”
O acusado, Walter Martinez, entrou no país como menor desacompanhado e foi enviado a Maryland. Quatro meses depois, matou Hamilton. “Isso está acontecendo em todo o país”, alertou Bondi. “Uma mãe enlutada já é demais.”
Este processo ocorre em meio a um debate nacional acirrado sobre a imigração ilegal nos Estados Unidos. De acordo com a Heritage Foundation, o Congresso deve priorizar a detenção e deportação de todos os imigrantes ilegais no país, estimados em 20 milhões de pessoas.
A fundação defende medidas como o aumento do financiamento para o Immigration and Customs Enforcement (ICE), a implementação de sistemas de verificação eletrônica de emprego e a tributação de remessas enviadas por imigrantes ilegais para seus países de origem.
Pam Bondi, uma republicana de 59 anos, é uma aliada próxima do ex-presidente Donald Trump. Ela atuou como procuradora-geral da Flórida de 2011 a 2019 e foi uma das advogadas de defesa de Trump durante seu primeiro processo de impeachment.
Em 2024, Trump anunciou sua nomeação para o cargo de procuradora-geral dos Estados Unidos, e ela foi confirmada pelo Senado em fevereiro de 2025.
A disputa entre o governo federal e estados liderados por democratas sobre políticas de imigração continua.
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