Principal universidade da Venezuela defende “transição pacífica” de poder
Em comunicado, a Universidade Central da Venezuela (UCV) cobrou do regime chavista uma transição para a democracia

Com mais de 300 anos de existência, a Universidade Central da Venezuela (UCV), principal faculdade do país, instou a ditadura de Nicolás Maduro a iniciar negociações para uma transição “pacífica para a democracia” nesta sexta-feira, 24.
“O respeito pela constituição, um desejo sincero de diálogo e a libertação total das vítimas de detenções arbitrárias e julgamentos injustos constituiriam uma contribuição significativa do governo para a criação de um clima propício a um processo de negociação com a participação de um amplo espectro de atores para uma transição pacífica para a democracia ”, diz trecho da nota.
Segundo a universidade, a crise venezuelana se intensificou após a fraude eleitoral das eleições presidenciais de 28 de julho, em que o presidente eleito da Venezuela, Edmundo González Urrutia, venceu o pleito.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), contudo, proclamou Maduro como vencedor, mesmo sem apresentar as atas eleitorais.
A UCV também condenou as ações repressoras das forças de segurança de Maduro contra seus opositores.
“Em vez de corrigir erros negociando acordos com diferentes atores institucionais, sociais e políticos, o governo nacional optou por reprimir as manifestações de descontentamento popular e perseguir até as formas mais inócuas de dissidência”, concluiu.
Manifestação
Em 13 de janeiro, estudantes da UCV estenderam uma faixa gigante no prédio central escrito “A verdade vence a sombra”, em defesa da democracia no país.
Essa foi uma das ações dos universitários contra a posse ilegítima do ditador Maduro.
Os professores também protestam contra a defasagem salarial na UCV há mais de mil dias.
“Quebrar os dentes”
Em evento realizado com as Forças Armadas, Maduro pediu para que os militares “quebrem os dentes” de quem pretenda entrar no país:
“Treinar para ter alta capacidade de reação integral e imediata diante de qualquer surpresa. Para a defesa armada de um país, é importante ter essa capacidae treinada de reação integral e imediata. Imediata. E quebrar os dentes de qualquer grupo que pretenda entrar à nossa Venezuela soberana e pacífica“, afirmou.
O ditador teme uma possível intervenção internacional em decorrência de sua ilegítima posse em 10 de janeiro.
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Comentários (1)
Marcia Elizabeth Brunetti
25.01.2025 09:03Logo, logo teremos professores universitários desaparecendo misteriosamente. Talvez a Universidade precise fechar para "reforma". Quanta "similaridade" com nossa Universidades Públicas. Aqui também todos em prol da liberdade.