Empresas norte-americanas estão rapidamente reduzindo suas iniciativas de diversidade e inclusão, em meio a uma forte ofensiva de conservadores que ganharam força com a eleição de Donald Trump.

Entre as ações recentes, destacam-se a decisão da Walmart de encerrar algumas de suas iniciativas de diversidade, equidade e inclusão na semana passada e a dissolução do departamento de DEI pela Boeing no início deste mês.

Esses recuos corporativos marcam o que especialistas apontam como o início de uma mudança sísmica nas políticas de DEI (ações que visam promover a diversidade, equidade e inclusão), que deve se intensificar quando Trump reassumit o cargo no próximo ano.

Isso representa uma reversão abrupta em relação às políticas wokes que recentemente pareciam destinadas a influenciar profundamente a diversidade no setor corporativo dos EUA.

Mesmo antes das eleições de novembro, empresas estavam revisando seus programas de DEI para identificar possíveis riscos legais.

O Supremo Tribunal dos EUA

A decisão da Suprema Corte sobre ação afirmativa em 2023 incentivou algumas empresas a reavaliarem suas políticas, segundo Cynthia Soledad, chefe global de DEI na consultoria Egon Zehnder.

As iniciativas de DEI têm sido responsabilizadas por diversos fracassos corporativos e governamentais.

Conservadores atribuíram à DEI a falência do Silicon Valley Bank em 2023, o colapso da Ponte Francis Scott Key em Baltimore e falhas da CrowdStrike que causaram cancelamentos massivos de voos em julho, além de lapsos do Serviço Secreto durante tentativas de assassinato contra Trump.

Valores conservadores

Robby Starbuck, cineasta e ativista conservador, afirmou que o retorno de Trump à presidência facilitaria ainda mais para que empresas abandonem esses “programas tóxicos”.

Ele também revelou ter colaborado com o governo Trump para identificar formas de limitar exigências descabidas das políticas de inclusão.

Programas de DEI expõem as empresas a casos de discriminação reversa e representam riscos legais significativos, diz Delikat.

Ao reverter esforços ligados à diversidade e governança ambiental e social, consultores afirmam que executivos estão se alinhando a uma tendência mais ampla em direção aos valores conservadores na vida pública americana pós-eleição presidencial.

Diversas empresas reduziram a prioridade dada à diversidade em seus conselhos administrativos.

A Azoria Partners anunciou o lançamento de um fundo negociado em bolsa “anti-woke”, destacando empresas livres de programas DEI.

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