Peterson: "Os americanos não presumem que o sucesso seja fruto de exploração"
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Peterson: “Os americanos não presumem que o sucesso seja fruto de exploração”

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Alexandre Borges
3 minutos de leitura 05.12.2024 07:28 comentários
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Peterson: “Os americanos não presumem que o sucesso seja fruto de exploração”

Jordan Peterson afirma que a vitória de Donald Trump reflete uma rejeição à agenda radical da esquerda e destaca a importância de recuperar valores que sustentem a civilização ocidental

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Peterson: “Os americanos não presumem que o sucesso seja fruto de exploração”
Foto: Reprodução

Jordan Peterson, doutor em psicologia e o intelectual público mais influente da atualidade, interpretou a recente eleição de Donald Trump como um símbolo de resistência cultural e espiritual diante do que descreve como uma decadência moral promovida pelo progressismo hedonista.

Para Peterson, a eleição não foi apenas uma escolha política, mas um ponto de inflexão na cultura ocidental. “Não sei se isso foi uma aceitação ao que Trump oferecia ou um repúdio ao que os progressistas hedonistas e obcecados por poder tinham no cardápio. Creio que foi mais o último caso”, afirmou.

Ele vê na vitória de Trump uma reafirmação do que chama de “bondade essencial” do povo americano e sua disposição em recuperar os fundamentos éticos e culturais do Ocidente.

Esses fundamentos, segundo ele, têm sido sistematicamente minados pela perda de narrativas espirituais. Em seu novo livro, “Nós que Lutamos com Deus”, Peterson argumenta que a centralidade das Escrituras na civilização ocidental foi substituída por narrativas que promovem ambição desenfreada por poder e prazeres efêmeros. “Essas histórias não sustentam indivíduos psicologicamente e culturas inteiras. Estamos em uma crise de significado”, alertou.

Quando questionado sobre os fatores que motivaram os eleitores, Peterson foi categórico ao rejeitar explicações econômicas simplistas. “Não acredito que interesses econômicos estreitos tenham motivado a rejeição ao que os progressistas estavam oferecendo. Vejo nisso algo mais profundo, um sinal de esperança”, afirmou.

Ele, no entanto, advertiu contra a ilusão de que soluções políticas, por si só, podem salvar a sociedade: “A salvação pela política nunca foi uma oferta crível”.

Peterson também usou sua vasta análise das narrativas bíblicas para ilustrar a fragilidade das soluções centralizadas. Ele citou os israelitas clamando por um rei no Antigo Testamento e a resposta divina: “Se vocês seguirem os meus caminhos, não precisam de um rei”. Esse ensinamento, segundo ele, reflete a ideia de que uma sociedade saudável depende mais da responsabilidade individual do que de estruturas de poder centralizadas.

Para Peterson, o sucesso de Trump simboliza, acima de tudo, a resiliência de um povo que não aceita narrativas que equiparam o sucesso à opressão. “Os americanos não presumem que o sucesso seja fruto de exploração. Eles estão profundamente certos nisso”, disse. Ele vê nessa perspectiva uma base sólida para reconstruir significados e valores em um tempo de turbulência cultural.

A análise de Peterson transcende a política e alcança as raízes das crises culturais, espirituais e psicológicas do Ocidente. Seu trabalho continua a desafiar visões simplistas e a propor reflexões profundas sobre o papel do indivíduo, da tradição e da verdade no mundo moderno.

Quem é Jordan Peterson

Jordan Peterson é psicólogo clínico, professor emérito da Universidade de Toronto e um dos pensadores mais influentes da atualidade.

Autor de best-sellers como “12 Regras para a Vida” e “Além da Ordem”, Peterson alcançou notoriedade por sua defesa intransigente da liberdade de expressão, responsabilidade individual e bom senso.

Seus escritos e palestras, ancorados em interpretações filosóficas e psicológicas da cultura ocidental, inspiram milhões de pessoas em todo o mundo. Ele também é conhecido por enfrentar temas polêmicos como o politicamente correto, ideologias identitárias e o impacto cultural do progressismo.

Com seu trabalho, Peterson redefine o papel do intelectual público no século 21.

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