O jornal americano The New York Times pediu em editorial publicado neste sábado, 2, que os eleitores votem contra Donald Trump (foto) nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.

Em um texto intitulado “Vote para acabar com a era Trump”, o conselho editorial do jornal afirma que o candidato republicano representa uma ameaça à democracia.

Em setembro, o NYT já havia declarado apoio à candidata democrata, Kamala Harris. No novo editorial, o jornal compartilha uma série de links para outros artigos com críticas ao ex-presidente.

Entre outras coisas, o jornal diz que Trump “não é apto para liderar”, “tentou subverter uma eleição e é uma ameaça à democracia”. 

Também afirma que o republicano teve participação na decisão da Suprema Corte, em junho de 2022, que abriu espaço para que cada estado americano possa vetar o aborto. 

O editorial foi publicado dias depois de o jornal americano The Washington Post, de Jeff Bezos, se recusar a endossar uma candidatura presidencial, em um editorial intitulado “A dura verdade: os americanos não confiam na mídia”.

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Leia a íntegra do editorial do NYT

“Você já conhece Donald Trump. Ele não é apto para liderar. Observe-o. Ouça aqueles que o conhecem melhor. Ele tentou subverter uma eleição e continua sendo uma ameaça à democracia. Ele ajudou a derrubar Roe contra Wade, com consequências terríveis.

A corrupção e a ilegalidade do Sr. Trump vão além das eleições: é todo o seu ethos. Ele mente sem limites. Se for reeleito, o Partido Republicano não o conterá.

O Sr. Trump usará o governo para perseguir oponentes. Ele buscará uma política cruel de deportações em massa. Ele causará estragos para os pobres, para a classe média e para os empregadores.

Um outro mandato de Trump prejudicará o clima, destruirá alianças e fortalecerá autocratas. Os americanos devem exigir melhor. Vote.”

Trump e Kamala elevam o tom

Donald Trump e Kamala Harris intensificaram ataques verbais nos últimos dias e optaram por discursos que acirram ainda mais a divisão entre eleitores.

A candidata democrata elevou o tom de suas críticas ao ex-presidente, indo além das acusações de estilo e chegando a classificar o adversário como “fascista” em uma entrevista à CNN.

Quando questionada se realmente considerava Trump um fascista, foi enfática: “Sim, eu acredito“. A vice-presidente sugeriu ainda que Trump representa uma ameaça às “liberdades fundamentais” e busca exercer um “poder sem controles”.

Trump, por sua vez, mantém sua marca registrada de retórica combativa e carregada de vulgaridades. Ele classificou a adversária como uma vice-presidente “de m*” em um de seus comícios e se referiu aos imigrantes ilegais como “envenenadores do sangue do país” e “vermes”.