Pesquisadores da NASA identificaram a antiga base militar americana Camp Century, soterrada sob cerca de 30 metros de gelo na Groenlândia.

A descoberta ocorreu durante uma missão de mapeamento com radar, que revelou vestígios da instalação abandonada desde 1967.

A estrutura foi erguida em 1959 e acabou encoberta pelas camadas de gelo que avançaram ao longo das décadas.

Camp Century fazia parte do Projeto Iceworm, um plano confidencial do governo dos Estados Unidos durante a Guerra Fria para criar uma rede de túneis com capacidade de lançar mísseis contra a União Soviética.

A base foi apresentada oficialmente como centro de pesquisa científica, mas funcionava com suporte de um reator nuclear portátil e abrigava até 200 militares. O projeto foi encerrado menos de dez anos depois por conta da severidade das condições climáticas.

O núcleo do reator foi removido, mas o local ainda abriga resíduos industriais, óleo diesel e material radioativo.

A localização da base reacende o debate sobre o valor estratégico da Groenlândia. Em 4 de maio, o presidente Donald Trump voltou a defender a aquisição da ilha, afirmando: “preciso muito da Groenlândia”.

A declaração repete pronunciamentos feitos anteriormente, com base na posição geográfica da ilha e em seu potencial de exploração mineral.

Autoridades da Groenlândia e da Dinamarca rejeitam qualquer negociação.

A ilha é um território autônomo dinamarquês e abriga a base americana de Pituffik, usada para operações de defesa e monitoramento espacial.

A presença militar dos Estados Unidos na região é mantida por tratado bilateral firmado em 1951.