“Não é nossa luta”, diz Trump sobre Síria
Declaração do presidente eleito dos EUA foi feita enquanto rebeldes avançam para tentar derrubar governo de Bashar al-Assad
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (foto), afirmou neste sábado, 7 de dezembro, que os americanos não devem “se envolver” na situação da Síria. Rebeldes tomaram o controle de várias cidades no país, em um momento em que o regime de Bashar al-Assad protege a capital Damasco.
“A Síria é um desastre, mas não é nossa amiga, e os Estados Unidos não deveriam ter nada a ver com isso. Esta não é a nossa luta. Vamos deixar evoluir. Não vamos nos envolver”, escreveu Trump no X.
Disse ainda que “os combatentes da oposição síria, em um movimento sem precedentes, assumiram o controle de várias cidades durante uma ofensiva muito bem coordenada e estão agora nos arredores de Damasco para realizar, evidentemente, uma grande operação para derrubar Al-Assad”.
Trump também criticou Barack Obama e o acusou de não ter conseguido “honrar seus compromissos” na Síria e de ter deixado a situação nas mãos da Rússia, “que está tão envolvida na Ucrânia que parece incapaz de deter este avanço, literalmente falando, pela Síria, um país que protegeram por anos”.
Ele defendeu que a decisão de expulsar Al-Assad e as forças russas do país “talvez seja a melhor coisa que pode acontecer” para Moscou. Disse que a Síria “nunca trouxe grandes ganhos para a Rússia. Talvez seja o melhor que poderia acontecer a eles. Serviu apenas para fazer Obama parecer incompetente”.
A declaração foi escrita pouco antes de encontro do republicano com o presidente francês, Emmanuel Macron, no Palácio do Eliseu.
Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, grupo da oposição que monitora a guerra civil no país, rebeldes sírios chegaram aos subúrbios de Damasco na noite deste sábado.
Em pouco mais de uma semana, o grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham, ou HTS, conquistou cidades importantes como Aleppo, Deraa e Hama.
Hassan Abdul-Ghani, líder do HTS, publicou no Telegram que as forças da oposição começaram a realizar o “estágio final” de sua ofensiva.
Rússia recomenda saída
Aliada de Assad, a Rússia recomendou nesta sexta-feira, 6, a saída de todos os seus cidadãos que vivem na Síria em meio ao avanço dos terroristas do Tahrir al-Sahm (THS) à província de Homs.
“A Embaixada russa em Damasco lembra aos cidadãos, que vivem na Síria, sobre a possibilidade de deixarem o país usando voos comerciais através de voos comerciais de aeroportos abertos”, diz parte do comunicado.
A ofensiva do HTS
Uma insurgência do grupo jihadista Tahrir al-Sham (HTS), ex-braço da Al-Qaeda, contra a ditadura de Bashar al-Assad, na Síria, bagunçou o tabuleiro geopolítico de uma guerra civil que se considerava terminada em 2016, mas que agora parece interminável.
As forças terroristas já capturaram cidades como Aleppo, a segunda maior da Síria, e Hama, a terceira.
Os rebeldes também controlam a maior parte da província de Idlib, no noroeste.
Agora, o objetivo do HTS é tomar a capital Damasco.
Para isso, antes, travarão uma batalha em Homs, onde já estão.
Leia mais: “A retomada da guerra sem fim”
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)