Moscou pede que EUA retomem negociações de desarmamento
"É claro que estamos interessados em que esse processo de negociação comece o mais rápido possível", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov

A Rússia pediu uma rápida retomada das negociações de desarmamento com os Estados Unidos. “É claro que estamos interessados em que esse processo de negociação comece o mais rápido possível”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, à agência de notícias russa Interfax.
Ele reclamou que muitos tratados de controle de armas foram rescindidos nos últimos anos. Segundo ele, a culpa disso é dos EUA.
O desarmamento nuclear é do interesse do mundo inteiro e de todos os povos, enfatizou Peskov. Segundo ele, a Rússia está interessada, mas agora a bola está na quadra dos EUA.
Em tais negociações, no entanto, não apenas o potencial nuclear dos russos e americanos, mas também o dos franceses e britânicos deve ser levado em conta, ele exigiu.
Ele não disse nada, porém, sobre a participação da China em futuras negociações de desarmamento. A China é uma potência nuclear amiga da Rússia.
Retirada de vários tratados de desarmamento
Nos últimos anos, houve mudanças e retiradas de vários tratados de desarmamento. Em 2019, os Estados Unidos, sob o comando do então presidente Donald Trump, rescindiram o Tratado INF, que renunciava aos mísseis nucleares terrestres de curto e médio alcance.
Washington justificou a medida dizendo que a Rússia havia desenvolvido um novo sistema de mísseis de cruzeiro de médio alcance baseado em terra e estava equipando suas forças armadas com ele.
Em 2020, os EUA, também sob o comando de Trump, anunciaram que se retirariam do tratado de Céus Abertos sobre voos internacionais de observação militar. A Rússia também anunciou sua retirada.
Em 2022, Putin concluiu a retirada da Rússia do Tratado sobre o Desarmamento das Forças Armadas Convencionais na Europa (Tratado CFE) e suspendeu o último grande tratado de desarmamento nuclear com os Estados Unidos, o New Start.
Kremlin: Interesse em negociações sobre a Ucrânia
Ao mesmo tempo, o Kremlin deixou claro, mais uma vez, que também estava interessado em negociações com Trump sobre o fim da guerra na Ucrânia.
No entanto, uma redução nos preços do petróleo — como sugerido anteriormente por Trump — não fará a Rússia ceder.
“Este conflito não depende do preço do petróleo”, mas sim da segurança nacional da Rússia e da segurança da população de língua russa na Ucrânia, disse Peskov.
Sob esse pretexto, Moscou vem travando uma guerra brutal de agressão há quase três anos e anexou grandes partes da vizinha Ucrânia.
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Comentários (1)
Clayton De Souza pontes
24.01.2025 11:20Essa discussão agora será de muitas bravatas e blefes. O Putin não quer sair de mãos vazias dessa confusão