Morre David Horowitz, ícone do conservadorismo americano, aos 86
Intelectual iniciou na Nova Esquerda, rompeu com o marxismo e passou a influenciar o movimento conservador com campanhas contra o progressismo e o islamismo radical

David Joel Horowitz, fundador do David Horowitz Freedom Center e uma das figuras mais influentes do conservadorismo americano, morreu no dia 29 de abril de 2025, aos 86 anos. A causa da morte foi câncer, segundo comunicado oficial da instituição que leva seu nome.
Ele se destacou por protagonizar uma das mais radicais conversões ideológicas do século XX, saindo da militância marxista para se tornar um dos principais críticos da esquerda nos Estados Unidos.
Horowitz nasceu em 1939, filho de membros do Partido Comunista, e ingressou na militância da Nova Esquerda nas décadas de 1960 e 1970.
Chegou a editar a revista Ramparts e trabalhou com o Partido dos Panteras Negras, experiência que mais tarde consideraria um erro trágico.
O assassinato de Betty Van Patter, ativista do grupo e sua amiga próxima, desencadeou sua ruptura com o movimento. O episódio, que ele atribuía aos próprios Panteras, marcou o início de um processo de revisão intelectual que culminaria com sua adesão ao conservadorismo.
A virada pública veio em 1985, com o artigo “Goodbye to All That”, no qual anunciava seu apoio à reeleição de Ronald Reagan.
A partir daí, consolidou sua nova identidade política. Fundou o Center for the Study of Popular Culture, que depois se transformaria no David Horowitz Freedom Center, voltado a combater o que considerava ameaças da esquerda e do islamismo radical à sociedade americana.
Entre suas iniciativas mais conhecidas estão a campanha pelo “Academic Bill of Rights”, que denunciava viés progressista nas universidades, e o lançamento de plataformas como a revista digital FrontPage Magazine e o banco de dados Discover the Networks, voltado a mapear ligações de grupos de esquerda. Também promoveu eventos como a “Islamo-Fascism Awareness Week”.
Horowitz defendia uma visão de liberdade ancorada em valores conservadores, como propriedade privada, governo limitado e direitos individuais. Considerava o progressismo uma ameaça totalitária e acusava a esquerda de minar os fundamentos da civilização ocidental.
Seu legado é amplamente reconhecido no campo conservador. Formou e influenciou ativistas como Stephen Miller, assessor de Donald Trump, e manteve vínculos com figuras da direita internacional.
Um dos mais influentes intelectuais da política nas últimas décadas, foi autor de diversos livros fundamentais para a formação do pensamento conservador atual. Sua autobiografia, Radical Son, publicada em 1996, é um marco do pensamento da direita americana.
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